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15/07/2001
-
21h57
da Agência Folha, em Salvador
Sem nenhuma nova proposta salarial para fazer à categoria, o governo baiano frustrou hoje os líderes da greve dos policiais civis e militares ao adiar uma reunião marcada para as 16h30 e que poderia pôr fim ao movimento iniciado há 12 dias. Até agora, a oferta oficial continua sendo o índice de 14%, já rejeitado.
Depois de uma longa reunião entre o governador César Borges (PFL) e deputados oposicionistas, que terminou na madrugada de ontem, ficou definido que 30% dos policiais rebelados deveriam voltar imediatamente às ruas da capital baiana. Com os PMs fazendo o patrulhamento da cidade, o governo abriria um novo canal de negociação.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia, Crispiniano Daltro, os grevistas cumpriram o acordo, que previa a colocação de 800 policiais nas ruas de Salvador e região metropolitana da capital.
Mas o governo alegou que ainda não havia conseguido confirmar se havia hoje 30% dos policiais trabalhando, como o combinado. "O governo já adiou a reunião por três vezes. Não vamos mais tolerar o descaso", disse Daltro.
O líder grevista informou que o comando de greve decidiu manter os 800 policiais trabalhando até as 9h de amanhã, horário previsto para a reunião marcada com representantes do governo, na Secretaria da Administração. "Se não fecharmos o acordo, dificilmente os policiais que estão trabalhando vão permanecer nas ruas", continuou Daltro.
O governo ainda alegou que foi preciso adiar a reunião para concluir o levantamento sobre o impacto na folha salarial de um eventual reajuste de 20% que seria oferecido à categoria.
Nesse caso, o aumento não seria apenas sobre o salário-base da PM, que é de R$ 180. Alguns setores do governo defendem que o reajuste incida também sobre as gratificações dos policiais.
As duas categorias reivindicam piso unificado de R$ 1.200. Na Bahia, um policial militar que faz serviço de rua ganha R$ 450. Um civil recebe R$ 600. Nos dois salários estão incluídas gratificações.
Além do reajuste salarial, os grevistas também querem a reintegração de 68 militares e a libertação de dois líderes do movimento -o tenente Everton Uzeda e o sargento Isidório Santana.
O governo anunciou que aceita as duas reivindicações. Ontem, os dois PMs presos foram autorizados a percorrer os quartéis para falar com os grevistas. A disposição de negociar também foi adotada pelo governo para melhorar a sua imagem. Comerciantes, turistas e profissionais liberais afetados pela greve responsabilizam o governo baiano pelo caos que tomou conta de Salvador nos últimos dias.
Hoje, a assessoria de imprensa da PM informou que muitos policiais não foram às ruas por falta de armas. Os grevistas amotinados estão controlando as armas da PM que estão nos batalhões e companhias independentes.
Com poucos policiais nas ruas -normalmente 2.200 PMs trabalham diariamente na capital-, a segurança de Salvador continua sendo realizada por tropas do Exército. Hoje, mais 250 soldados de Pernambuco e da Paraíba chegaram à cidade.
Reunião é adiada e PM ameaça voltar aos quartéis
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Sem nenhuma nova proposta salarial para fazer à categoria, o governo baiano frustrou hoje os líderes da greve dos policiais civis e militares ao adiar uma reunião marcada para as 16h30 e que poderia pôr fim ao movimento iniciado há 12 dias. Até agora, a oferta oficial continua sendo o índice de 14%, já rejeitado.
Depois de uma longa reunião entre o governador César Borges (PFL) e deputados oposicionistas, que terminou na madrugada de ontem, ficou definido que 30% dos policiais rebelados deveriam voltar imediatamente às ruas da capital baiana. Com os PMs fazendo o patrulhamento da cidade, o governo abriria um novo canal de negociação.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia, Crispiniano Daltro, os grevistas cumpriram o acordo, que previa a colocação de 800 policiais nas ruas de Salvador e região metropolitana da capital.
Mas o governo alegou que ainda não havia conseguido confirmar se havia hoje 30% dos policiais trabalhando, como o combinado. "O governo já adiou a reunião por três vezes. Não vamos mais tolerar o descaso", disse Daltro.
O líder grevista informou que o comando de greve decidiu manter os 800 policiais trabalhando até as 9h de amanhã, horário previsto para a reunião marcada com representantes do governo, na Secretaria da Administração. "Se não fecharmos o acordo, dificilmente os policiais que estão trabalhando vão permanecer nas ruas", continuou Daltro.
O governo ainda alegou que foi preciso adiar a reunião para concluir o levantamento sobre o impacto na folha salarial de um eventual reajuste de 20% que seria oferecido à categoria.
Nesse caso, o aumento não seria apenas sobre o salário-base da PM, que é de R$ 180. Alguns setores do governo defendem que o reajuste incida também sobre as gratificações dos policiais.
As duas categorias reivindicam piso unificado de R$ 1.200. Na Bahia, um policial militar que faz serviço de rua ganha R$ 450. Um civil recebe R$ 600. Nos dois salários estão incluídas gratificações.
Além do reajuste salarial, os grevistas também querem a reintegração de 68 militares e a libertação de dois líderes do movimento -o tenente Everton Uzeda e o sargento Isidório Santana.
O governo anunciou que aceita as duas reivindicações. Ontem, os dois PMs presos foram autorizados a percorrer os quartéis para falar com os grevistas. A disposição de negociar também foi adotada pelo governo para melhorar a sua imagem. Comerciantes, turistas e profissionais liberais afetados pela greve responsabilizam o governo baiano pelo caos que tomou conta de Salvador nos últimos dias.
Hoje, a assessoria de imprensa da PM informou que muitos policiais não foram às ruas por falta de armas. Os grevistas amotinados estão controlando as armas da PM que estão nos batalhões e companhias independentes.
Com poucos policiais nas ruas -normalmente 2.200 PMs trabalham diariamente na capital-, a segurança de Salvador continua sendo realizada por tropas do Exército. Hoje, mais 250 soldados de Pernambuco e da Paraíba chegaram à cidade.
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