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18/07/2001 - 20h36

FHC libera tropas do Exército para segurança de Alagoas

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da Agência Folha

O governador de Alagoas, Ronaldo Lessa (PSB), disse que o presidente Fernando Henrique Cardoso aceitou enviar tropas do exército para o Estado, que enfrenta uma greve de policiais militares e civis desde ontem à noite pedindo aumento salarial.

Segundo o governador, que falou com FHC às 17h20 e enviou o pedido formal às 19h25, a requisição foi logo aceita. Será a segunda intervenção militar do Exército no patrulhamento de Estados com greve de polícias em uma semana _na sexta-feira passada, tropas foram à Bahia tentar conter a onda de saques e violência decorrentes da paralisação.

A decisão decorreu do agravamento da crise, na manhã de hoje. Os oficiais da Polícia Militar de Alagoas decidiram aderir à greve de seus subordinados e dos policiais civis.

Com o aval dos superiores, os grevistas se entusiasmaram e fizeram manifestações. O quartel central do Corpo de Bombeiros foi invadido pelos manifestantes, que comemoraram com rojões. Tiros teriam sido disparados para o alto, segundo testemunhas.

Com uma bandeira do PT à frente, cerca de mil grevistas realizaram uma passeata no centro da cidade. Em um carro de som, pediram aos turistas que deixassem o Estado, alegando que corriam risco por falta de segurança.

Parte das lojas fechou durante a passagem dos policiais, abrindo à tarde. O protesto terminou em frente ao Palácio do Governo, onde os líderes do movimento voltaram a cobrar do Estado melhores salários e condições de trabalho. Lessa estava em Mata Grande, no interior, e teve de voltar à capital.

Durante a madrugada, três agências bancárias foram atingidas por tiros disparados por desconhecidos. Na superintendência do Banco do Brasil, três projéteis quebraram vidros do prédio.

De manhã, o Sindicato dos Bancos de Alagoas se reuniu e recomendou que as instituições entrassem em estado de alerta.

O secretário estadual da Defesa Social, Mário Pedro dos Santos, disse que a greve era parcial e que o movimento na PM atingia apenas 50% do efetivo de 7.500 homens. A Polícia Civil afirmou que somente 5 das 27 delegacias da capital não funcionaram hoje.

Nas ruas de Maceió, no entanto, não havia policiais em patrulha ostensiva. Na sede da PM, apenas oito homens estavam em guarda às 15h30. No 1º batalhão da corporação, responsável pelo policiamento do centro da cidade, os soldados estavam aquartelados.

Diferentemente do que ocorreu em Salvador, porém, nenhum dos grevistas estava encapuzado ou ostentando armas. Os manifestantes foram orientados a comparecer ao local de trabalho e permanecer parados até o final de seus expedientes.

Nas delegacias da Polícia Civil, a situação era a mesma. No Centro Integrado de Atendimento Policial ao Cidadão, citado pelo secretário como um dos locais em funcionamento, não havia atendimento. "Não vou obrigar ninguém a trabalhar", disse o delegado de plantão, Manoel Alves Bezerra.

No início da noite, os líderes do movimento voltariam a se reunir para definir novas estratégias.

''Não vou melhorar um real da minha proposta. A tropa caiu na onda do PT'', afirmou, dando cunho político à greve.

Mais cedo, Lessa havia dito que não iria pedir ajuda do Exército por temer uma repetição do confronto a tiros entre PMs e soldados que protegiam o prédio da Assembléia, que votava o impeachment do então governador Divaldo Suruagy. O incidente, em julho de 97, acabou com três feridos. O governador renunciou.
 

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