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18/07/2001
-
20h51
da Agência Folha, em Salvador
Reunidos em assembléia nesta quarta-feira os policiais civis e militares da Bahia decidiram que voltariam ao trabalho à noite, mas que não assinariam o acordo salarial proposto pelo governo do Estado. As categorias ficaram 13 dias em greve.
Pelo acordo, os PMs receberão 21% de reajuste sobre o salário-base, de forma escalonada: 10% em agosto, 5% em janeiro e mais 5% em março do próximo ano.
Além do reajuste, o governo também se comprometeu a pagar R$ 80 de auxílio alimentação para os 11.253 policiais que trabalham em Salvador e isentar a categoria do pagamento mensal de R$ 19,80 relativo à farda.
A partir de março do ano que vem, a menor remuneração paga a um soldado no Estado será de R$ 764 _atualmente, é de R$ 501.
Segundo o IML (Instituto Médico Legal) de Salvador, 41 pessoas foram assassinadas desde a última quarta-feira, quando desencadeou na capital a onda de saques e homicídios.
Realizada no Sindicato dos Bancários da Bahia, a assembléia reunir cerca de 200 militares e civis e comprovou o racha do comando de greve. O clima foi tenso durante as três horas e meia de discursos.
Dos 200 presentes, cerca de 50 eram da tropa de choque que chegaram ao local dispostos a continuar a paralisação. Os integrantes do choque estavam revoltados, pois seus representantes não foram convidados a participar da reunião de ontem que definiu o posicionamento das corporações.
Além disso, o choque, o 5º Batalhão e o Corpo de Bombeiros queriam que as lideranças assinassem a proposta do governo. No momento da votação que definiu a não-assinatura, apenas cerca de cem pessoas ainda permaneciam no local. Os policiais da tropa de choque já haviam se retirado.
Racha
O primeiro ponto de discórdia entre as lideranças aconteceu quando o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Bahia, Agnaldo Pinto, convidou o deputado estadual cabo Wilson Morais (PSDB-SP), presidente da associação nacional, para intermediar as negociações dos policiais com o governo da Bahia.
Morais foi a Salvador na sexta-feira da semana passada, mas voltou a São Paulo, na segunda, sem ajudar nas negociações. O comando de greve não aceitava intermediários, ainda mais sendo ele um tucano.
Desgastado, Pinto passou a figurar apenas em segundo plano nas assembléias da categoria.
Antes da libertação do sargento Isidório Santana e de Everton Uzeda, que ficaram detidos até a última segunda-feira, as negociações com o governo foram encabeçadas pelo presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia, Crispiniano Daltro, que defendia um diálogo sem radicalização.
Everton e Isidório ficaram presos, por 14 dias, acusados de insubordinação. Eles estariam distribuindo panfletos chamando a categoria para a greve.
Os três principais líderes do movimento, Daltro, Isidório e Everton, não falavam mais a mesma língua na reunião de terça-feira, quando o comando definiu o fim da greve.
Daltro defendia o diálogo, Isidório, a volta ao trabalho sem aceitar "migalhas" do governo baiano, e Everton, a continuação da greve.
Eles voltam ao trabalho sem saber o que ganharam ou perderam nas duas semanas de paralisação. Deflagraram a greve pedindo um aumento salarial de 100% e saem se vangloriando do apoio popular.
Policiais da Bahia voltam ao trabalho e rejeitam proposta de reajuste
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Reunidos em assembléia nesta quarta-feira os policiais civis e militares da Bahia decidiram que voltariam ao trabalho à noite, mas que não assinariam o acordo salarial proposto pelo governo do Estado. As categorias ficaram 13 dias em greve.
Pelo acordo, os PMs receberão 21% de reajuste sobre o salário-base, de forma escalonada: 10% em agosto, 5% em janeiro e mais 5% em março do próximo ano.
Além do reajuste, o governo também se comprometeu a pagar R$ 80 de auxílio alimentação para os 11.253 policiais que trabalham em Salvador e isentar a categoria do pagamento mensal de R$ 19,80 relativo à farda.
A partir de março do ano que vem, a menor remuneração paga a um soldado no Estado será de R$ 764 _atualmente, é de R$ 501.
Segundo o IML (Instituto Médico Legal) de Salvador, 41 pessoas foram assassinadas desde a última quarta-feira, quando desencadeou na capital a onda de saques e homicídios.
Realizada no Sindicato dos Bancários da Bahia, a assembléia reunir cerca de 200 militares e civis e comprovou o racha do comando de greve. O clima foi tenso durante as três horas e meia de discursos.
Dos 200 presentes, cerca de 50 eram da tropa de choque que chegaram ao local dispostos a continuar a paralisação. Os integrantes do choque estavam revoltados, pois seus representantes não foram convidados a participar da reunião de ontem que definiu o posicionamento das corporações.
Além disso, o choque, o 5º Batalhão e o Corpo de Bombeiros queriam que as lideranças assinassem a proposta do governo. No momento da votação que definiu a não-assinatura, apenas cerca de cem pessoas ainda permaneciam no local. Os policiais da tropa de choque já haviam se retirado.
Racha
O primeiro ponto de discórdia entre as lideranças aconteceu quando o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Bahia, Agnaldo Pinto, convidou o deputado estadual cabo Wilson Morais (PSDB-SP), presidente da associação nacional, para intermediar as negociações dos policiais com o governo da Bahia.
Morais foi a Salvador na sexta-feira da semana passada, mas voltou a São Paulo, na segunda, sem ajudar nas negociações. O comando de greve não aceitava intermediários, ainda mais sendo ele um tucano.
Desgastado, Pinto passou a figurar apenas em segundo plano nas assembléias da categoria.
Antes da libertação do sargento Isidório Santana e de Everton Uzeda, que ficaram detidos até a última segunda-feira, as negociações com o governo foram encabeçadas pelo presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia, Crispiniano Daltro, que defendia um diálogo sem radicalização.
Everton e Isidório ficaram presos, por 14 dias, acusados de insubordinação. Eles estariam distribuindo panfletos chamando a categoria para a greve.
Os três principais líderes do movimento, Daltro, Isidório e Everton, não falavam mais a mesma língua na reunião de terça-feira, quando o comando definiu o fim da greve.
Daltro defendia o diálogo, Isidório, a volta ao trabalho sem aceitar "migalhas" do governo baiano, e Everton, a continuação da greve.
Eles voltam ao trabalho sem saber o que ganharam ou perderam nas duas semanas de paralisação. Deflagraram a greve pedindo um aumento salarial de 100% e saem se vangloriando do apoio popular.
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