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22/07/2001 - 08h58

"Não posso manter minha família", diz soldado

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da Folha de S. Paulo

O soldado da Polícia Militar da Bahia José Raimundo dos Santos, 40, pode ser considerado um exemplo dos problemas que a tropa alegou para iniciar a greve que durou 13 dias no Estado.

"Com 18 anos de PM, recebo apenas R$ 550 por mês, o que é insuficiente para manter a minha família", diz o PM, que mora em Coutos, um dos bairros mais violentos da periferia de Salvador.

Santos trabalha das 13h às 19h fazendo a segurança da "Cesta do Povo" (supermercado controlado pelo governo, que vende alimentos subsidiados) no Lobato. Durante a greve dos civis e militares, a loja foi assaltada.

"Desde que a PM passou a vigiar a loja, nunca houve sequer uma tentativa de assalto. Bastou a greve para os assaltantes agirem livremente", disse o PM, que não vai para a sua casa à noite fardado.

Todos os dias, antes de chegar em casa, o PM mantém a mesma rotina. "Quando não vou de carona com outros policiais, peço para alguns amigos me esperarem na rua principal do bairro. Não dá para andar sozinho em Coutos sem correr risco."

Para aumentar a renda, ainda trabalha 20 horas por semana como professor em uma escola municipal. No final do mês, engorda o seu orçamento em mais R$ 300.

Até quatro meses atrás, a própria PM não entrava no bairro onde mora o soldado Santos. "Simplesmente as ruas não davam condição de acesso aos carros da Polícia Militar", diz o PM, que é casado e tem três filhos.

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