Publicidade
Publicidade
Laudo confirma agressão a jovem em festa em Recife
Publicidade
RENATA BAPTISTA
da Agência Folha
O adolescente de 13 anos que, segundo a família, foi espancado por policiais militares em uma festa de pré-Carnaval em Recife (PE), no último domingo, morreu por asfixia.
O laudo oficial do IML (Instituto Médico Legal), divulgado ontem, revelou também que Denis Henrique Francisco dos Santos foi vítima de lesões e traumas em todo o corpo.
O delegado Bruno Chacon, da Divisão de Homicídios da Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente, diz, porém, que só com a conclusão do inquérito será possível saber se a vítima morreu devido aos golpes dos policiais ou se ele se sufocou com o próprio vômito, após ser jogado ao chão.
"Só sabemos que um adolescente foi assassinado, mas se o homicídio foi doloso ou culposo, só após a investigação", afirmou o delegado.
A família do garoto denunciou o caso à Corregedoria Geral da Secretaria da Defesa Social. Parentes dizem que ele foi agredido por sete PMs durante a festa do bloco Forte Folia, no bairro do Cordeiro, com golpes de cassetete e empurrões.
A irmã da vítima, Ana Cláudia Santos, 23, que estava com o jovem na festa, disse em depoimento à polícia que os policiais do 13º Batalhão da PM tentavam conter uma briga quando começaram a bater e agredir o adolescente, apesar de ele não fazer parte da confusão.
Segundo a irmã, o menino dizia aos policiais que não estava participando na briga. Ele morreu antes de receber atendimento médico.
O corregedor-auxiliar Geraldo José da Silva afirmou que testemunhas começaram o processo de reconhecimento dos autores das agressões por meio de fotos dos policiais que trabalharam no dia da festa.
Silva disse ainda que solicitou à produção da festa um vídeo, realizado por um cinegrafista amador do alto de um trio elétrico, que mostra imagens de policiais praticando abusos durante o evento.
"O vídeo pode facilitar a identificação de alguns dos agressores", disse Silva.
Os familiares do garoto disseram que ele cursava o 3º ano do ensino fundamental e ajudava nas despesas da casa, lavando carros em um posto.
Dos 72 homens destacados pela PM para realizar a segurança do evento no último domingo, 52 eram alunos do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças. Segundo a corporação, a atuação dos policiais em eventos é uma espécie de estágio para o ingresso na carreira. Na ocasião, eles vestiam fardas iguais às dos policiais e portavam cassetetes.
Segundo a PM, se os policiais forem considerados culpados, eles podem responder a inquérito policial e serem impedidos de entrar na corporação.
A Polícia Militar informou ainda que instaurou procedimento administrativo para apurar a ação dos policiais no evento e trabalha na identificação dos suspeitos.
Em nota, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Pernambuco, Jayme Asfora, disse que vai requerer ao Ministério Público Estadual a convocação do Comando da PM para que seja assinado um Termo de Ajustamento de Conduta com o objetivo de evitar a ocorrência de abusos durante o Carnaval deste ano.
Leia mais
- Família denuncia morte de garoto por espancamento por policiais em PE
- Livros mostram como educar filhos e manter crianças e adolescentes fora de perigo
- Livro indica números da violência no Brasil e aponta soluções
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice