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13/09/2001 - 15h50

Termina greve da Polícia Civil em Pernambuco

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FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife

Terminou hoje, depois de 73 dias, a greve dos policiais civis de Pernambuco, a mais longa paralisação já feita por um órgão da segurança pública no Estado.

O movimento foi encerrado após o governo estadual elevar sua proposta de reajuste, de 10% para 13%, sendo 10% concedidos este mês e 3% em dezembro.

O governo aceitou também retirar as punições impostas aos grevistas. Concordou ainda em rediscutir os salários da categoria em março do próximo ano.

Com o acordo, os dias parados já descontados serão devolvidos em 72 horas. Não haverá confisco das contribuições sindicais para pagamento da multa de R$ 20 mil por dia imposta pela Justiça, que considerou a greve ilegal.

Para os policiais, que pediam 28% de aumento, aceitar a proposta representou uma "saída honrosa". O movimento já apresentava sinais de desgaste, como a presença cada vez menor de pessoas nas assembléias.

"Chegamos a um ponto em que não tínhamos mais para onde ir, a não ser a radicalização total", afirmou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco, Henrique Leite.

"Refletimos e concluímos que um confronto aberto só dificultaria ainda mais um possível acordo", disse. "Esticamos a corda até o limite e paramos antes que ela rompesse."

Segundo levantamento feito pelo sindicato, durante os 73 dias de paralisação, 78 mil queixas deixaram de ser registradas nas 54 delegacias da Grande Recife, região mais afetada pelo movimento.

Ainda de acordo com o sindicato, 1.250 inquéritos não foram remetidos à Justiça nesse período. No IML (Instituto de Medicina Legal), 2.560 exames traumatológicos e 415 sexológicos deixaram de ser realizados. O serviço de recolhimento e liberação de corpos foi mantido durante a greve.

No IC (Instituto de Criminalística), o movimento impediu a perícia em 730 ocorrências.

Aproximadamente 125 mil carteiras de identidade, entre 1ª e 2ª vias, não foram emitidas.

Para tentar agilizar os serviços, os policiais civis organizaram mutirões. A partir de amanhã, vão trabalhar fora de seus expedientes, sem ônus para o Estado.

Com o acordo para a volta ao trabalho, o presidente do sindicato da categoria descartou a possibilidade de os 5.000 policiais civis aderirem à greve geral dos servidores estaduais, que está sendo preparada para outubro.

A paralisação, ainda sem data definida, terá como objetivo protestar contra o aumento salarial de 50% concedido este mês pelo governo aos secretários. Os servidores pedem reajuste de 75%. "Vamos apoiar as reivindicações, mas não vamos parar", afirmou Henrique Leite.



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