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10/10/2001
-
23h37
ALESSANDRO SILVA
da Folha de S.Paulo
O sequestro do apresentador Silvio Santos, que parou o país na frente da TV, impressiona pela facilidade com que o empilhador Fernando Dutra Pinto, 22, jovem paulista de classe média-baixa, comprou armas, documentos falsos, encomendou um carro roubado e executou um dos mais ousados crimes do ano.
Os detalhes da operação, que ele diz ter planejado sozinho, estão no depoimento que ele deu à Justiça na semana passada, quando, pela primeira vez, narrou como se deu o sequestro de Patrícia Abravanel, filha de Silvio Santos, e do próprio empresário, dias depois.
Dutra Pinto contou ao juiz Adílson de Araújo, da 30ª Vara Criminal, na frente de seus advogados, que pretendia ''melhorar sua situação financeira'' com o dinheiro que pediria como resgate.
Até então, ele trabalhava em um supermercado, ganhava R$ 400 por mês e morava com o irmão, Esdra Dutra Pinto, 19, em uma casa alugada, perto da dos pais.
Com a venda de um terreno em Cotia, na região metropolitana da capital, ele financiou a compra de armamento. Cerca de R$ 2.000 viraram três pistolas calibre 380, uma metralhadora e farta munição. Tudo comprado em Itapevi e em Osasco (Grande SP).
A seguir, adquiriu uma identidade falsa para alugar a casa do cativeiro. Nascia assim o músico ''Laudenir Passos'', pseudônimo dele na ação, que tinha carteira de identidade e CIC falsos.
Desse modo, ele fechou dois contratos de locação: um em Itapevi e outro em São Paulo, da casa que serviu de cativeiro, no Morumbi (zona oeste da capital).
Dutra Pinto disse ter convencido então o irmão a ajudar. Esdra abandonou o emprego de operador de caixa de supermercado e emprestou R$ 400 para as despesas do plano. Por dois meses, vigiaram a casa de Silvio Santos, no Morumbi, usando o carro do pai deles, Antonio Sebastião Pinto.
O próprio Dutra Pinto diz ter comprado um uniforme de carteiro, de um funcionário dos Correios, e três coletes à prova de bala em Itapevi. Informações sobre a família vieram do livro ''A Fantástica História de Silvio Santos''.
Três dias antes de agir, Dutra Pinto encomendou um Corsa roubado de um conhecido em Itapevi, o ''Valdemir'', que teria participado do plano e está foragido.
Na manhã de 14 de agosto, Dutra Pinto, vestido de carteiro, rendeu o vigia da casa de Silvio Santos e sequestrou a primeira filha do empresário que desceu para a garagem _Patrícia. O irmão dele esqueceu na casa o carregador da metralhadora que haviam levado.
Uma semana depois, Patrícia seria libertada após o pagamento de R$ 500 mil e a devolução do carregador esquecido, segundo depoimento de Silvio Santos à polícia. Dois dias depois, Dutra Pinto invadiu a casa de Silvio Santos e o manteve refém por sete horas.
Leia mais sobre o caso Silvio Santos
Dutra Pinto narra à Justiça o sequestro de Patrícia Abravanel
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da Folha de S.Paulo
O sequestro do apresentador Silvio Santos, que parou o país na frente da TV, impressiona pela facilidade com que o empilhador Fernando Dutra Pinto, 22, jovem paulista de classe média-baixa, comprou armas, documentos falsos, encomendou um carro roubado e executou um dos mais ousados crimes do ano.
Os detalhes da operação, que ele diz ter planejado sozinho, estão no depoimento que ele deu à Justiça na semana passada, quando, pela primeira vez, narrou como se deu o sequestro de Patrícia Abravanel, filha de Silvio Santos, e do próprio empresário, dias depois.
Dutra Pinto contou ao juiz Adílson de Araújo, da 30ª Vara Criminal, na frente de seus advogados, que pretendia ''melhorar sua situação financeira'' com o dinheiro que pediria como resgate.
Até então, ele trabalhava em um supermercado, ganhava R$ 400 por mês e morava com o irmão, Esdra Dutra Pinto, 19, em uma casa alugada, perto da dos pais.
Com a venda de um terreno em Cotia, na região metropolitana da capital, ele financiou a compra de armamento. Cerca de R$ 2.000 viraram três pistolas calibre 380, uma metralhadora e farta munição. Tudo comprado em Itapevi e em Osasco (Grande SP).
A seguir, adquiriu uma identidade falsa para alugar a casa do cativeiro. Nascia assim o músico ''Laudenir Passos'', pseudônimo dele na ação, que tinha carteira de identidade e CIC falsos.
Desse modo, ele fechou dois contratos de locação: um em Itapevi e outro em São Paulo, da casa que serviu de cativeiro, no Morumbi (zona oeste da capital).
Dutra Pinto disse ter convencido então o irmão a ajudar. Esdra abandonou o emprego de operador de caixa de supermercado e emprestou R$ 400 para as despesas do plano. Por dois meses, vigiaram a casa de Silvio Santos, no Morumbi, usando o carro do pai deles, Antonio Sebastião Pinto.
O próprio Dutra Pinto diz ter comprado um uniforme de carteiro, de um funcionário dos Correios, e três coletes à prova de bala em Itapevi. Informações sobre a família vieram do livro ''A Fantástica História de Silvio Santos''.
Três dias antes de agir, Dutra Pinto encomendou um Corsa roubado de um conhecido em Itapevi, o ''Valdemir'', que teria participado do plano e está foragido.
Na manhã de 14 de agosto, Dutra Pinto, vestido de carteiro, rendeu o vigia da casa de Silvio Santos e sequestrou a primeira filha do empresário que desceu para a garagem _Patrícia. O irmão dele esqueceu na casa o carregador da metralhadora que haviam levado.
Uma semana depois, Patrícia seria libertada após o pagamento de R$ 500 mil e a devolução do carregador esquecido, segundo depoimento de Silvio Santos à polícia. Dois dias depois, Dutra Pinto invadiu a casa de Silvio Santos e o manteve refém por sete horas.
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