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26/12/2001 - 22h51

Sobe para 51 número de mortos por causa das chuvas no Rio

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da Folha de S.Paulo, no Rio

O número de mortos pelas chuvas que atingem o Estado do Rio aumentou para 51. Em Petrópolis, na região serrana, foram encontrados mais oito corpos de soterrados pelos deslizamentos de terra. O número de mortos na cidade chegou a 36, mas ainda há 28 desaparecidos.

Dos corpos encontrados hoje, três estavam no bairro de Quitandinha (o mais afetado pelas chuvas), quatro na localidade do Contorno (bairro do Bingen) e um no Morem.

Os encontrados em Quitandinha são Joaquim Antônio dos Santos, 59, Gustavo Bertges, 2, e Wanderlei Henriques Bertges, 34. Maria Eva Coelho Santos foi achada no Morem. Os do Contorno são Cristiano dos Santos Coutinho, 3, Simone da Silva Santos, 29, Alex Sandro Cícero da Silva, 23, e Ubirajara de Aguiar Coutinho, 30.

Na tentativa de agilizar a recuperação, o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), anunciou que vai criar frentes de trabalho.

Segundo ele, serão contratadas 1.070 pessoas por, pelo menos, duas semanas para atuar na limpeza da cidade, retirada de barreiras, desratização e auxiliar os desabrigados. Os trabalhadores receberão R$ 100 por semana, disse o prefeito, que, anteontem, decretara o estado de calamidade pública no município.

Voltou a chover no Rio nesta quarta-feira, o que provocou novos deslizamentos. No morro do Turano (Tijuca, zona norte), um desmoronamento, às 5h, destruiu 20 barracos. Apesar da destruição, não houve mortos nem feridos, mas 120 pessoas estão desabrigadas.

Moradores contaram que só não perderam tudo porque, desde a madrugada do dia 25, já tinham começado a retirar móveis, roupas e eletrodomésticos por causa de pequenos deslizamentos.

"Estava dormindo quando ouvi um estrondo. Quando olhei pela janela, vi que a casa do meu lado tinha perdido a varanda e uma lateral. Acordei meus filhos e corremos para ajudar a vizinha, que morava com três filhas", contou Sueli Nunes Dias, 33, que morava com a mãe e quatro filhos.

Para entrar na casa, ela teve que quebrar uma janela porque as portas estavam tomadas por lama. Depois de ajudar a vizinha, Sueli e os filhos tentaram salvar os próprios móveis. Conseguiram retirar geladeira, fogão e uma cama. O resto ficou na casa, que desabou em seguida.

"O problema é que não temos para onde ir. Por enquanto, o jeito é ficar num abrigo, mas e depois?", perguntou ela.

A desempregada Maria Santana Alves, 52, teve a casa destruída pelo desmoronamento. "Ouvi o barulho e, quando vi, metade da minha casa tinha ido embora. Só tive tempo de acordar meu filho e fugir. Logo depois, uma outra parte da casa foi soterrada", contou.

Cerca de 30 famílias foram levadas para a associação de moradores da favela. Vinte perderam as casas. As outras dez tiveram as casas interditadas pela Defesa Civil, pois podem desabar a qualquer momento.

Durante a tarde, houve um deslizamento na favela da Rocinha (zona sul). Uma casa foi atingida. Não houve feridos. No morro dos Macacos (Vila Isabel, zona norte), dez famílias foram retiradas das casas porque uma pedra ameaçava destruí-las.

De acordo com a Defesa Civil, há 1.003 pessoas desalojadas e 803 desabrigadas no Estado. Em Petrópolis, são 661 entre desabrigados e desalojados, mas a Defesa Civil só computa 180 desabrigados.

A Cruz Vermelha informou que está enviando para Paracambi, Duque de Caxias e Petrópolis uma tonelada de alimentos e agasalhos, destinados às vitimas da chuva.

Os municípios de Duque de Caxias e Belford Roxo (Baixada Fluminense) decretaram estado de alerta.

Os estragos causados pela chuva podem aumentar, pois, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, a previsão é de chuvas fortes para as próximas 48 horas e tempo ruim até, pelo menos, 4 de janeiro.

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