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16/01/2002 - 06h06

Exame da USP também descarta envenenamento de Dutra Pinto

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GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo

Exames realizados pelo patologista da USP Paulo Hilário Nascimento Saldiva nas vísceras de Fernando Dutra Pinto não apontaram envenenamento. A hipótese mais forte da investigação agora é de que a morte tenha relação direta com o espancamento sofrido pelo sequestrador na prisão.

Os detalhes preliminares da investigação foram repassados ontem aos integrantes da Comissão Teotônio Vilela, uma organização não-governamental de direitos humanos que acompanha o caso.

O relatório do patologista, que não tem valor legal, deve ser divulgado na sexta-feira, segundo o presidente da comissão, João Batista Breda.

Levantamento preliminar do IML também não detectou envenenamento. O diretor do instituto, José Jarjura Jorge Júnior, afirmou que o laudo deve ser concluído na próxima semana.

A Folha apurou que o médico da USP solicitou documentos ao IML (Instituto Médico Legal) para tentar se certificar da hipótese de as agressões serem uma das causas da morte de Dutra Pinto.

Foram solicitados o raio-X do esqueleto -para identificar possíveis fraturas-, fotos da autópsia do corpo e o exame do corpo de delito de Dutra Pinto feito no dia 10 de dezembro, quando ele teria sido agredido na prisão.

Segundo Esdra, irmão do sequestrador, Dutra Pinto foi espancado por agentes e mantido dez dias em uma cela solitária. Dutra Pinto morreu no último dia 2, com infecção generalizada. A negligência é uma das hipóteses investigadas pelo Conselho Regional de Medicina e pela polícia.

Dificuldades
A Folha também apurou que o patologista enfrenta dificuldades para conseguir a documentação com o IML, que é responsável pela confecção do laudo oficial.

"Algumas dificuldades aconteceram", disse Breda, sem dar detalhes. O senador Eduardo Suplicy (PT), que integra a comissão, também não quis comentar o relatório. Mas ele riu quando foi questionado sobre a declaração do secretário da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi, no início das investigações, de que os primeiros indícios apontaram para uma morte por causa natural. "Ser espancado e não ser atendido é morte natural?", questionou. Saldiva não foi encontrado ontem pela reportagem. Petrelluzzi disse ainda que não foram detectadas lesões aparentes no corpo.

Foi adiada ontem uma reunião entre Petrelluzzi e o IML que poderia decidir pela liberação do corpo de Dutra Pinto.
 

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