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19/01/2002 - 21h08

PM busca cativeiro de Celso Daniel nas zonas sul e oeste

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da Folha de S.Paulo

A Polícia Militar deslocou hoje homens de todas as regiões da capital para fazer uma operação especial nas zonas sul e oeste da cidade e nos municípios do ABC paulista. O objetivo: tentar encontrar o prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), sequestrado às 23h15 de ontem, quando seguia de um restaurante para casa.

27.nov.2001/Folha Imagem
O prefeito de Santo André,
Celso Daniel
De acordo com o comandante-geral da corporação, coronel Rui César Melo, os policiais estão orientados a fazer blitze, fechar acessos às estradas, revistar favelas e monitorar sítios suspeitos.

Dos cativeiros identificados em 2001, 90% eram na borda sul da cidade. Participam da operação, além de policiais do patrulhamento, homens das equipes especializadas das duas polícias do Estado. O coronel não disse quantos são nem precisou os pontos de ação para não "dar o alerta".

O cerco à zonas sul e oeste deve ser mantido pelo menos até a madrugada de segunda. A polícia acredita que, se Celso Daniel estiver sendo mantido refém nessas regiões, será encontrado nessas 48 horas. A Polícia Federal também entrou hoje nas investigações.

Abordagem no trânsito

Prefeito da maior cidade do ABC, Daniel, 50, foi abordado por pelo menos cinco homens em uma rua do Sacomã (zona sul), a duas quadras do 26º DP.

Ele seguia de carona na Pajero blindada de um amigo, o empresário Sérgio Gomes da Silva, 45. Os sequestradores perseguiram o carro por quase três quadras.

"Ele disse que acelerava e não conseguia sair do lugar", afirmou o delegado Maurício D'Olívio, do 26º DP (Sacomã), que ouviu o empresário antehoje.

Depois, atiraram contra a Pajero, arrancaram Daniel de dentro do veículo e o colocaram na Blazer preta. Fugiram sem deixar pistas. Segundo amigos, os partidários e o governo, não houve contato até o momento. Os familiares autorizaram a divulgação do sequestro, "pois mais ajuda do que pode atrapalhar", segundo Bruno José Daniel, 49, irmão do prefeito.

A emboscada que vitimou Daniel tem se tornado cada mês mais comum. Em 2001, o trânsito foi o mais frequente local de abordagem registrado nas 307 ocorrências do Estado _o número não inclui os casos atendidos nas delegacias do interior. É um sequestro a cada 28 horas. Em outubro, o intervalo era de 35 horas.

Crime político

O sumiço de Daniel mobilizou a cúpula do PT, cujas maiores lideranças se reuniram em Santo André de madrugada. Alguns vêem na ação um crime político. Outros descartam essa possibilidade.
O prefeito foi um dos 15 políticos petistas ameaçados de morte no ano passado. O governo do Estado de São Paulo, comandado pelo PSDB, preferiu não ser conclusivo.

"Há ainda algumas dúvidas sobre qual é a real intenção da ação", afirmou o secretário da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi. "Nada está descartado", completou o governador Geraldo Alckmin.

Petrelluzzi esteve durante a madrugada no 26º DP, onde o empresário que acompanhava o prefeito foi ouvido. Silva não quis dar entrevistas. O delegado que o ouviu, Maurício D'Olivo, disse que ainda há dúvidas sobre o alvo da ação: Daniel ou o empresário.

Por essa tese, os sequestradores teriam escolhido as vítimas pela marca do carro e, sem saber quem abordavam, teriam escolhido Daniel porque ele estava de terno. Silva usava trajes esportivos.

(ALESSANDRO SILVA SÍLVIA CORRÊA e PALOMA COTES)

Leia mais no especial sobre sequestro
 

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