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19/01/2002 - 22h00

Petistas criticam governo Alckmin e pedem contato

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JOÃO CARLOS SILVA
GILMAR PENTEADO

da Folha de S.Paulo

Em vigília iniciada na Prefeitura de Santo André horas depois do sequestro de Celso Daniel, integrantes do PT atacaram o governador Geraldo Alckmin (PSDB) _ao vincularem o crime à situação de violência em São Paulo_, defenderam a ação da Polícia Federal no caso (o que acabou ocorrendo) e pediram que os sequestradores entrem em contato.

A vigília reuniu líderes petistas, prefeitos do partido, vereadores, militantes e funcionários e secretários da prefeitura. Após uma reunião com toda a equipe de Daniel, ficou acertado que o vice-prefeito João Avamileno assume o comando da cidade.

O pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, que estava na Bahia, chegou a Santo André por volta das 17h. Lula e o presidente nacional do PT, José Dirceu, receberam, à tarde, um telefonema de "solidariedade" do presidente Fernando Henrique. "Isso [o telefonema] é um alento para que a sociedade perceba que o Celso é uma figura importante", afirmou Lula.

Ele também fez críticas à política de segurança do governador Geraldo Alckmin (PSDB). "Alckmin deve tratar essa questão como se fosse a coisa mais importante da vida dele."

"Limite"

Da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), partiram os ataques mais duros ao governador. "A cidade chegou ao limite de tolerar, de conviver com essa onda de violência e sequestro."

"Eu, como prefeita de São Paulo, exijo que o governador tome medidas diferentes das que vêm sendo tomadas até agora, que foram absolutamente ineficazes."

Pela manhã, o governador afirmou que não iria comentar as críticas feitas pelos petistas. Disse, porém, ter mobilizado toda a estrutura do Estado na investigação.

Marta ficou sabendo do sequestro por volta da 1h de sábado. Após ser avisada, a prefeita telefonou para Alckmin e recebeu duas ligações do secretário Marco Vinicio Petrelluzzi (Segurança), com informações sobre o depoimento que o empresário Sérgio Gomes da Silva prestava à polícia.

O senador Eduardo Suplicy, deputados estaduais, federais e prefeitos do PT vão se reunir agora à noite com Alckmin e o ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira. Eles vão entregar uma carta fazendo um apelo para que Alckmin se empenhe nas investigações e no combate à violência no Estado.

Lula apelou para que os sequestradores libertassem Celso Daniel, mas, a exemplo de outros petistas, não descartou a hipótese de crime político. "É muito suspeito achar que foi um sequestro ocasional. Do jeito que pegaram e tiraram o prefeito, é porque sabiam que era o prefeito e sabiam o que estava querendo", afirmou.

Já o prefeito de Guarulhos, Elói Pietá (PT), acha que Daniel foi mais uma vítima de sequestro. "Acho que é sequestro comum, pelas circunstâncias do evento, do local. O conjunto de coisas leva a crer isso", disse Pietá, que também é presidente do Fórum Metropolitano de Segurança Pública (39 municípios da Grande SP).

O deputado federal Aloizio Mercadante (PT-SP) defendeu que os prefeitos do partido comprem, com recursos públicos, carros blindados para reforçar sua segurança pessoal. "O episódio do Celso Daniel só reforça a necessidade de termos mais cuidado."

Lula também recomendou cuidado aos líderes petistas. "Nós achamos que Deus toma conta e que o povo toma conta. Não é bem assim. A maré não está para peixe", afirmou o pré-candidato.

"Vamos ficar aqui hoje, amanhã, depois. O que precisamos é que os sequestradores entrem em contato", apelou o deputado federal Luiz Carlos da Silva, o Professor Luizinho (PT-SP).

Veja também:

  • Alckmin se reúne com líderes do PT para discutir sequestro

  • PT diz, em nota, que governos estaduais vivem "falência"



  • Leia mais no especial sobre sequestro
     

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