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20/01/2002
-
02h40
CAMILO TOSCANO
da Folha Online
A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), afirmou ao sair da reunião com o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), que está entre os 37 prefeitos petistas que receberam cartas com ameaças em novembro de 2001.
As cartas eram assinadas com a sigla Farb (Frente de Ação Revolucionária Brasileira), e, além de prometer ações contra as lideranças petistas, assumiam a autoria do assassinato do prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT.
"Eu não tenho medo. Tenho uma boa segurança. Mas é um privilégio ter a segurança que tenho. Se não fosse prefeita, eu não teria essa segurança e estaria também ameaçada", disse Marta. "Nossa primeira preocupação [na reunião] foi a vida de Celso Daniel. A nossa segunda preocupação é com as cartas que hoje 37 prefeitos do Estado de São Paulo já receberam. As providências não são as que achamos suficientes", afirmou a prefeita.
A avaliação do presidente nacional do PT, José Dirceu, é a de que o tratamento dado ao envio das cartas foi insuficiente. "Tenho convicção que foi subestimada essa questão da Farb", afirmou.
Para Alckmin, o governo agiu de forma correta. "Nós orientamos os prefeitos do PT que não abrissem as cartas", disse ele.
As lideranças petistas consideram a possibilidade de o sequestro de Celso Daniel ter motivação política. Chegaram a pedir a Alckmin proteção especial para os prefeitos do partido, o que o governador se dispôs a fazer.
Histórico
Lideranças do PT passaram recentemente por uma série de episódios de violência.
No dia 15 de fevereiro do ano passado, o secretário da Saúde da Prefeitura de São Paulo, Eduardo Jorge, foi vítima de um sequestro-relâmpago. No final de 2001, o prefeito de Embu, Geraldo Cruz, teve uma bomba jogada na sacada de sua casa.
Em 10 de setembro de 2001, o então prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, foi assassinado, por volta das 22h, quando duas pessoas em uma moto, de acordo com testemunhas locais, abordaram o prefeito e dispararam três tiros de pistola automática 9 mm. Um deles entrou pelo ombro esquerdo do prefeito, rompeu a artéria aorta e saiu pelas costas. Os outros disparos acertaram o carro, sendo um tiro na lataria e outro no vidro traseiro.
Leia também:
Em cartas, suposto grupo radical ameaça petistas
Leia mais no especial sobre sequestro
Marta Suplicy também recebeu carta com ameaças
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da Folha Online
A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), afirmou ao sair da reunião com o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), que está entre os 37 prefeitos petistas que receberam cartas com ameaças em novembro de 2001.
As cartas eram assinadas com a sigla Farb (Frente de Ação Revolucionária Brasileira), e, além de prometer ações contra as lideranças petistas, assumiam a autoria do assassinato do prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT.
"Eu não tenho medo. Tenho uma boa segurança. Mas é um privilégio ter a segurança que tenho. Se não fosse prefeita, eu não teria essa segurança e estaria também ameaçada", disse Marta. "Nossa primeira preocupação [na reunião] foi a vida de Celso Daniel. A nossa segunda preocupação é com as cartas que hoje 37 prefeitos do Estado de São Paulo já receberam. As providências não são as que achamos suficientes", afirmou a prefeita.
A avaliação do presidente nacional do PT, José Dirceu, é a de que o tratamento dado ao envio das cartas foi insuficiente. "Tenho convicção que foi subestimada essa questão da Farb", afirmou.
Para Alckmin, o governo agiu de forma correta. "Nós orientamos os prefeitos do PT que não abrissem as cartas", disse ele.
As lideranças petistas consideram a possibilidade de o sequestro de Celso Daniel ter motivação política. Chegaram a pedir a Alckmin proteção especial para os prefeitos do partido, o que o governador se dispôs a fazer.
Histórico
Lideranças do PT passaram recentemente por uma série de episódios de violência.
No dia 15 de fevereiro do ano passado, o secretário da Saúde da Prefeitura de São Paulo, Eduardo Jorge, foi vítima de um sequestro-relâmpago. No final de 2001, o prefeito de Embu, Geraldo Cruz, teve uma bomba jogada na sacada de sua casa.
Em 10 de setembro de 2001, o então prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, foi assassinado, por volta das 22h, quando duas pessoas em uma moto, de acordo com testemunhas locais, abordaram o prefeito e dispararam três tiros de pistola automática 9 mm. Um deles entrou pelo ombro esquerdo do prefeito, rompeu a artéria aorta e saiu pelas costas. Os outros disparos acertaram o carro, sendo um tiro na lataria e outro no vidro traseiro.
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