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21/01/2002 - 21h12

Prefeito petista de Ribeirão Corrente (SP) cria guarda pessoal

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da Folha de S.Paulo

Após ter sofrido uma tentativa de sequestro, o prefeito petista de Ribeirão Corrente (428 km a norte de SP), Airton Luiz Montanher, montou um esquema de segurança particular que supera o efetivo da Polícia Civil no município.

Os três homens armados que fazem a segurança 24 horas do prefeito utilizam um esquema de comunicação por meio de rádio e de telefones celulares, um sistema de monitoramento por câmeras, além de ter até três carros disponíveis.

A Polícia Civil de Ribeirão Corrente tem três funcionários _um delegado, um escrivão e um investigador_, um veículo e apenas um colete à prova de balas com data de validade vencida. Mas com um detalhe: o investigador está em férias.

"A situação das polícias é tão crítica que as pessoas precisam ajudar até mesmo com gasolina. No dia que me pegaram, os policiais discutiam para ver quem usaria o colete", disse o prefeito, que garante que paga do próprio bolso sua segurança particular.

Montanher foi o primeiro petista a sofrer algum tipo de violência após a morte do prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos, em setembro passado.

Invasão
Em 12 de novembro, sua fazenda foi invadida por três pessoas. O prefeito soube da invasão antes, chamou a polícia e conseguiu fugir. "Eu fui salvo pelo gongo porque a polícia chegou a tempo. No entanto o Daniel [prefeito de Santo André] não teve a mesma sorte. Na minha opinião, se tivermos um terceiro caso, acontecerá o pior novamente."

Na época, sete pessoas foram feitas reféns em uma das fazendas de Montanher. Um dos funcionários foi agredido a coronhadas. Dois dos quatro acusados pelo crime estão presos, mas negaram a autoria. Os outros suspeitos estão foragidos.

Por causa do sequestro, o prefeito até teve, nas primeiras semanas, o acompanhamento de um policial militar, mas a segurança extra terminou em razão da operação verão, que deslocou homens da PM do interior para o litoral do Estado.

"Essa segurança deveria voltar", afirmou o delegado Cloves Rodrigues da Costa, que reconhece o déficit de estrutura. Ele declarou que novos equipamentos foram pedidos ao governo. "Se é muito ou pouco o que temos, não importa. Temos que trabalhar."

Após a tentativa de sequestro, a rotina de Montanher e de sua mulher, Ana, foi modificada. Sempre que faz o trajeto casa-prefeitura-casa, conta com a guarda de um veículo da PM _além da segurança pessoal.

"Meus familiares, que moram em outra cidade, pediram para que eu abandonasse o cargo e fosse embora."

Apesar de todo o aparato, Montanher disse acreditar que os homens e a estrutura só servem para dar "tranquilidade". "Se fizerem como no caso do Daniel, não tem jeito", afirmou.

Leia mais sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel
 

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