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22/01/2002 - 05h53

Procura por segurança pessoal cresce 30%, diz setor

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da Folha de S.Paulo

O medo de ser "a próxima vítima" fez a procura pelos serviços de segurança pessoal aumentar cerca de 30% de setembro de 2001 até o início deste ano no Estado de São Paulo, segundo empresas do setor, que movimentou, no ano passado R$ 7,8 bilhões no Brasil e R$ 1,8 bilhão em São Paulo.

Os marcos determinantes do crescimento foram os sequestros de Patrícia Abravanel e, posteriormente, de seu pai, o apresentador e empresário Silvio Santos, avalia José Tracísio Neves, diretor da Emforvigil, que treina em média 9.000 vigilantes por ano.

Dentre os serviços oferecidos, o de segurança pessoal foi o segundo no ranking de aumento de demanda, ficando atrás dos carros blindados, que quase triplicaram nas ruas do Estado nos últimos três anos, passando de cerca de 2.400 para 9.000, segundo o presidente do Sesve-SP (Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Segurança Eletrônica e Cursos de Formação do Estado de São Paulo), José Jacobson Neto.

Tudo isso motivado pela banalização de crimes violentos como o sequestro, afirmam ambos, e sem levar em conta a proliferação de pequenas firmas que prestam serviços de segurança, mas não são cadastradas pela Polícia Federal e agem na clandestinidade.

"Para cada uma das 342 empresas regularizadas no Estado, existem de três a cinco clandestinas. É para elas que corre a classe média, que tem menor poder aquisitivo", diz Jacobson Neto.

O Sesve-SP não estabelece uma tabela de preços, mas o pacote básico para proteção patrimonial da Siemens/Graber custa, por exemplo, R$ 650, mais mensalidades que variam de R$ 55 a R$ 250. No caso da segurança pessoal, o preço depende do número de profissionais e dos turnos de trabalho.

Contratar empresas não cadastradas pode significar um problema ainda maior, diz Jacobson Neto, porque os profissionais não são treinados adequadamente.

O treinamento dos vigilantes e as orientações que eles devem passar para seus clientes também vem mudando conforme a "evolução" da criminalidade.

"Hoje damos importância cada vez maior à segurança durante o trajeto diário, quando ocorre a maioria dos sequestros. Reforçamos a vigilância e as instruções básicas: não seguir sempre o mesmo caminho, evitar vias desertas, escuras e de onde é difícil fugir."

"Recomendamos também que os clientes evitem ostentar. Dirigir carros importados e luxuosos, como BMWs e Mercedes, usar muitas jóias e frequentar lugares sofisticados chamam a atenção, é claro, mas é difícil fazer uma pessoa mudar hábitos", explica Neves.

Os cursos de direção evasiva para motoristas de carros blindados são outro resultado da insegurança nas ruas. "Para estar em condições de agir rápido em uma emergência, é preciso adotar uma posição correta de dirigir, cuidar da manutenção do carro e até adquirir noções de mecânica", diz o piloto de testes e instrutor de cursos de direção evasiva Eduardo Marçon, da Safe-D Driving School.

Entre as dicas de Marçon estão manter braços e pernas sempre flexionados e aumentar a calibragem dos pneus. O curso, de um dia, custa R$ 1.650, e inclui uma simulação de perseguição.



Leia mais sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel
 

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