Publicidade
Publicidade
22/01/2002
-
10h22
RICARDO FELTRIN
Editor de Cotidiano da Folha Online
Enquanto João Avamileno, 57, assume cerimonialmente como novo prefeito de Santo André (ele já o é, de fato e de direito, desde domingo), muitas dúvidas e "jogos políticos" já começam a se desenrolar nos bastidores da administração municipal.
Celso Daniel morreu e não deixou herdeiros. Nem genéticos e nem políticos. Seu grau intelectual, sua articulação política e um conhecimento profundo do discurso do PT eram tamanhos que, desde os primórdios do partido, Daniel foi chamado para trabalhar e assessorar diretamente a cúpula. Era, na linguagem do partido, um "capa preta".
Sua morte caiu como uma bomba no diretório municipal. E, como uma bomba, deixou um enorme buraco: é nele que já se engalfinham pré-candidatos auto-lançados a cargos de deputado federal, estadual e à própria sucessão (ou reeleição) de Avamileno.
Em Santo André, era Celso Daniel, 50, quem mantinha desejos e ansiedades de filiados nos trilhos.
Por exemplo, já fora firmado um acordo prévio pelo qual sairiam na cidade, pelo partido, dois candidatos à Assembléia Legislativa e três à Câmara dos Deputados.
Para obter esse acordo, alguns egos locais tiveram de ser "amansados", ganhar cafunés e ouvir promessas de cargos, para que renunciassem aos seus interesses eleitorais, abrindo mão de futuras candidaturas. Tudo em nome da unidade do partido.
A morte trágica de Celso Daniel levou consigo toda essa diplomacia. Esses acordos já estão anulados, quase que abertamente, pela maioria dos envolvidos.
O novo prefeito, João Avamileno, tem um papel difícil pela frente. É provável que, constitucionalmente, assim como o governador Geraldo Alckmin (herdeiro de Covas), Avamileno também possa concorrer à reeleição.
Uma coisa é certa: nenhum poderá se auto-proclamar "herdeiro" de Daniel. Seria muita ousadia. E ninguém acreditaria mesmo.
Leia mais sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel
Morte de prefeito dispara "jogos políticos" em Santo André
Publicidade
Editor de Cotidiano da Folha Online
Enquanto João Avamileno, 57, assume cerimonialmente como novo prefeito de Santo André (ele já o é, de fato e de direito, desde domingo), muitas dúvidas e "jogos políticos" já começam a se desenrolar nos bastidores da administração municipal.
Celso Daniel morreu e não deixou herdeiros. Nem genéticos e nem políticos. Seu grau intelectual, sua articulação política e um conhecimento profundo do discurso do PT eram tamanhos que, desde os primórdios do partido, Daniel foi chamado para trabalhar e assessorar diretamente a cúpula. Era, na linguagem do partido, um "capa preta".
Sua morte caiu como uma bomba no diretório municipal. E, como uma bomba, deixou um enorme buraco: é nele que já se engalfinham pré-candidatos auto-lançados a cargos de deputado federal, estadual e à própria sucessão (ou reeleição) de Avamileno.
Em Santo André, era Celso Daniel, 50, quem mantinha desejos e ansiedades de filiados nos trilhos.
Por exemplo, já fora firmado um acordo prévio pelo qual sairiam na cidade, pelo partido, dois candidatos à Assembléia Legislativa e três à Câmara dos Deputados.
Para obter esse acordo, alguns egos locais tiveram de ser "amansados", ganhar cafunés e ouvir promessas de cargos, para que renunciassem aos seus interesses eleitorais, abrindo mão de futuras candidaturas. Tudo em nome da unidade do partido.
A morte trágica de Celso Daniel levou consigo toda essa diplomacia. Esses acordos já estão anulados, quase que abertamente, pela maioria dos envolvidos.
O novo prefeito, João Avamileno, tem um papel difícil pela frente. É provável que, constitucionalmente, assim como o governador Geraldo Alckmin (herdeiro de Covas), Avamileno também possa concorrer à reeleição.
Uma coisa é certa: nenhum poderá se auto-proclamar "herdeiro" de Daniel. Seria muita ousadia. E ninguém acreditaria mesmo.
Leia mais sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice