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24/01/2002 - 05h26

Secretário não descarta "nenhuma hipótese" na morte do prefeito

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da Folha de S.Paulo

O secretário da Segurança Pública, Saulo Castro de Abreu Filho, disse ontem que "nenhuma das hipóteses está sendo descartada" em relação à apuração em torno da morte do prefeito de Santo André Celso Daniel.

A afirmação foi feita ontem, logo após ele confirmar que a perícia feita pelo Instituto de Criminalística não constatou falhas na Pajero do empresário Sérgio Gomes da Silva. "Não se detectou nenhuma falha na trava ou no câmbio", afirmou o secretário.

Abreu Filho disse que o fato de o carro não apresentar problemas mecânicos, como havia dito o empresário, não é o suficiente para considerá-lo suspeito. "Por enquanto ninguém é suspeito ou culpado." Ele afirmou, no entanto, que nenhuma linha de investigação está sendo descartada.

Greenhalgh também disse ontem que Silva descreveu à polícia que Daniel usava uma calça bege no dia em que foi sequestrado, embora o prefeito tenha sido encontrado, já morto, usando jeans.

Na fita de vídeo, gravada pelo sistema de segurança do restaurante Rubayat, onde o prefeito jantou com o empresário Silva, ele aparece de calça bege e blazer. No entanto, quando seu corpo foi encontrado, ele usava calça jeans.

Segundo o secretário, as condições em que isso ocorreu só serão esclarecidas ao fim da investigação criminal. Dois agentes da Delegacia de Proteção à Testemunha, do Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa, protegem o empresário desde anteontem, logo após ele ter prestado novo depoimento.

Sobre a Blazer queimada que foi encontrada na favela Alba, a polícia ainda não confirmou se ela era a mesma que havia sido usada pelos sequestradores de Daniel.

Contratos
Quase dois anos depois de uma representação levantando suspeitas sobre contratos firmados pela Prefeitura de Santo André e o suposto envolvimento do empresário Sergio Gomes da Silva em favorecimento, o caso ainda está em apuração no Ministério Público.

Segundo a promotora da Cidadania Camila Mansur Guimarães da Silveira, que cuida do caso desde agosto de 2001, ainda não há na apuração nem explicação, por exemplo, do tipo de "consultoria" que Silva pode ter dado a empresas que prestavam serviços à prefeitura para ter recebido delas R$ 272 mil. A justificativa de que o pagamento havia sido feito por serviços prestados foi dada pelas próprias empresas que tinham contratos com a prefeitura, mas, segundo a promotora, a informação não específica o tipo de serviço que pode ter sido prestado.

"Estamos no meio de uma apuração, inclusive aguardando julgamento de contrato pelo TCE [Tribunal de Contas do Estado]. Não vou fazer referência à morte do prefeito porque não é objeto da minha apuração. O que tenho aqui já existia antes do dia do falecimento do senhor prefeito", disse a promotora ontem.

Ela disse que ainda não foi definido se o empresário será chamado para depor. A apuração em questão é chamada pelo Ministério Público de procedimento preparatório de inquérito. Se não houver elementos que confirmem as denúncias iniciais da representação, feita pelo Sindicato dos Servidores Públicos de Santo André, a apuração pode ser arquivada.



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