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24/01/2002 - 11h08

Suposta testemunha em Minas só fala sob proteção, diz polícia

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MILENA BUOSI
da Folha Online

O vendedor Fábio Bernardes, 29, que disse ter informações sobre o sequestro e assassinato de Celso Daniel, prefeito de Santo André morto no último domingo, disse que só dará detalhes do caso sob proteção policial. Segundo informações da delegacia de Monte Sião, no interior de Minas, o vendedor deixou o município por questões de segurança.

Na madrugada de terça-feira, Bernardes foi detido porque estava bêbado e gritava em frente à delegacia de Monte Sião (a cerca de 180 km de São Paulo).

O vendedor, que morava em Santo André e estava havia sete meses em Minas, disse que tinha informações sobre o crime organizado na cidade da Grande São Paulo.

Bernardes disse ainda que conhecia envolvidos no sequestro de Celso Daniel. A polícia de São Paulo foi acionada e seguiu para Minas, onde teriam sido colhidas algumas informações.

Ontem, sóbrio, o vendedor voltou atrás e disse que havia "tomado umas e outras" e que apenas queria a recompensa de R$ 50 mil oferecida pelo governador Geraldo Alckmin para quem fornecesse pistas dos assassinos.

Nesta madrugada, no entanto, a polícia, intrigada com a história de Bernardes, decidiu ouvi-lo novamente.

Segundo policiais de Monte Sião, o vendedor disse que quatro pessoas teriam participado do sequestro e que a motivação seria "queima de arquivo".

O alvo não seria o prefeito, mas sim o empresário Sérgio Gomes, que estava com Celso Daniel quando ele foi arrancado e levado do carro.

Celso Daniel foi levado numa rua do Sacomã (zona sul de SP), após jantar com o empresário Sergio Gomes da Silva, na última sexta-feira à noite. No domingo, o corpo do prefeito foi encontrado em Juquitiba, Grande São Paulo. Morreu baleado sete vezes. Não houve pedido de resgate.

Segundo a polícia, Bernardes disse ainda que passou o Natal em uma favela de Santo André, onde ouviu um grupo comentar sobre o prefeito e o sequestro. Ele citou nomes de possíveis sequestradores, que seriam moradores de favelas de Santo André.

O delegado de Monte Sião, Artur Ribeiro da Silva, que ouviu o vendedor, está em diligência.

Ainda de acordo com a polícia, Bernardes e sua mulher foram retirados de Monte Sião. Ele deverá ser ouvido novamente.

O delegado Edson Vieira, que substitui o delegado regional de Pouso Alegre, disse que as declarações de Bernardes estão sendo tratadas, a princípio, com "ressalvas".

Confiabilidade sob suspeita
"Ele não é de todo confiável", disse, acrescentando que o vendedor tem envolvimento com drogas, foi encontrado embriagado pela polícia e cometeu muitas contradições em seus depoimentos.

O delegado não chegou a ouvir o vendedor. "Apesar disso, estamos trabalhando com seriedade. As informações serão passadas para São Paulo."

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo confirmou que policiais da Deas (Delegacia Anti-Sequestro) foram para Minas, ontem, ouviram o vendedor e analisam as informações colhidas.

Leia mais sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel
 

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