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30/01/2002
-
06h48
da Folha de S.Paulo
O prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), foi encontrado morto com a mesma calça jeans que usava no momento em que o sequestraram. A informação, que contraria declarações anteriores da polícia, de amigos do político e de seus partidários, veio à tona ontem por várias frentes.
Até então, ninguém havia contestado a declaração dada por Sérgio Gomes da Silva -o empresário que acompanhava o prefeito quando ele foi rendido. Em sucessivos depoimentos, Silva afirmou que, ao ser levado, Daniel vestia uma calça social bege.
Daí em diante, a descrição foi repetida por policiais e petistas, que citavam uma fita do circuito interno do Rubaiyat, restaurante onde o prefeito e Silva jantaram naquela noite. As imagens mostrariam Daniel de calça social.
Anteontem, no entanto, em depoimento à polícia, a socióloga Ivone de Santana, namorada de Daniel, reconheceu a calça jeans -até então de origem misteriosa- como sendo do prefeito.
O episódio, que já aparecia como uma das principais dúvidas do caso, tornou-se ainda mais nebuloso. Como e por que os sequestradores teriam trocado as roupas do prefeito por outras peças do próprio sequestrado?
Ontem, aparentemente, a confusão se desfez. No começo da noite, a Polícia Federal informou à Folha que já tem certeza de que existe apenas uma calça no caso: a jeans, com a qual o prefeito foi rendido e encontrado morto.
À Prefeitura de Santo André, no dia do sequestro, Celso Daniel também foi de calça jeans. É o que dizem membros do alto escalão do governo.
Era também uma calça jeans que ele usava quando, a caminho de São Paulo, passou no trabalho da namorada para se despedir. A informação consta do depoimento da socióloga à Polícia Civil.
O deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, que acompanha as investigações pelo PT e afirmou diversas vezes que as roupas do prefeito haviam sido trocadas, classificou ontem como "impossível" identificar, pela gravação feita no restaurante, o tipo da calça usada por Daniel. As imagens são em preto e branco.
Greenhalgh disse que havia reproduzido uma informação dada por Sérgio Gomes da Silva, mas ponderou que o empresário tomou uma garrafa de vinho no jantar, o que pode tê-lo levado a "confundir detalhes".
Ontem também veio à tona a informação de que, 12 horas depois do sequestro, a namorada do prefeito e o secretário Klinger Luís de Oliveira Sousa (Serviços Municipais) estiveram no prédio onde Daniel morava. O fato foi divulgado pela Rádio ABC, que mantinha repórteres de plantão no local.
Até a manifestação da rádio, ninguém havia falado da visita, apesar de a Polícia Federal ter ido ao prédio na última quinta exatamente para saber se alguém havia entrado no apartamento.
Depois da iniciativa da emissora, Greenhalgh e Ivone de Santana confirmaram o episódio.
"No sábado [dia 19], por volta das 11h30, participei de uma reunião na prefeitura para discutir o sequestro. Nela, Klinger também estava presente. Quando terminou, pedi uma carona a ele e passamos no apartamento para verificar se havia algum recado na secretária eletrônica", disse Ivone.
Sousa não comentou o episódio. Ambos devem ser ouvidos pela Polícia Federal.
Leia mais sobre o assassinato de Celso Daniel
Daniel usava jeans quando foi sequestrado
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O prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), foi encontrado morto com a mesma calça jeans que usava no momento em que o sequestraram. A informação, que contraria declarações anteriores da polícia, de amigos do político e de seus partidários, veio à tona ontem por várias frentes.
Até então, ninguém havia contestado a declaração dada por Sérgio Gomes da Silva -o empresário que acompanhava o prefeito quando ele foi rendido. Em sucessivos depoimentos, Silva afirmou que, ao ser levado, Daniel vestia uma calça social bege.
Daí em diante, a descrição foi repetida por policiais e petistas, que citavam uma fita do circuito interno do Rubaiyat, restaurante onde o prefeito e Silva jantaram naquela noite. As imagens mostrariam Daniel de calça social.
Anteontem, no entanto, em depoimento à polícia, a socióloga Ivone de Santana, namorada de Daniel, reconheceu a calça jeans -até então de origem misteriosa- como sendo do prefeito.
O episódio, que já aparecia como uma das principais dúvidas do caso, tornou-se ainda mais nebuloso. Como e por que os sequestradores teriam trocado as roupas do prefeito por outras peças do próprio sequestrado?
Ontem, aparentemente, a confusão se desfez. No começo da noite, a Polícia Federal informou à Folha que já tem certeza de que existe apenas uma calça no caso: a jeans, com a qual o prefeito foi rendido e encontrado morto.
À Prefeitura de Santo André, no dia do sequestro, Celso Daniel também foi de calça jeans. É o que dizem membros do alto escalão do governo.
Era também uma calça jeans que ele usava quando, a caminho de São Paulo, passou no trabalho da namorada para se despedir. A informação consta do depoimento da socióloga à Polícia Civil.
O deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, que acompanha as investigações pelo PT e afirmou diversas vezes que as roupas do prefeito haviam sido trocadas, classificou ontem como "impossível" identificar, pela gravação feita no restaurante, o tipo da calça usada por Daniel. As imagens são em preto e branco.
Greenhalgh disse que havia reproduzido uma informação dada por Sérgio Gomes da Silva, mas ponderou que o empresário tomou uma garrafa de vinho no jantar, o que pode tê-lo levado a "confundir detalhes".
Ontem também veio à tona a informação de que, 12 horas depois do sequestro, a namorada do prefeito e o secretário Klinger Luís de Oliveira Sousa (Serviços Municipais) estiveram no prédio onde Daniel morava. O fato foi divulgado pela Rádio ABC, que mantinha repórteres de plantão no local.
Até a manifestação da rádio, ninguém havia falado da visita, apesar de a Polícia Federal ter ido ao prédio na última quinta exatamente para saber se alguém havia entrado no apartamento.
Depois da iniciativa da emissora, Greenhalgh e Ivone de Santana confirmaram o episódio.
"No sábado [dia 19], por volta das 11h30, participei de uma reunião na prefeitura para discutir o sequestro. Nela, Klinger também estava presente. Quando terminou, pedi uma carona a ele e passamos no apartamento para verificar se havia algum recado na secretária eletrônica", disse Ivone.
Sousa não comentou o episódio. Ambos devem ser ouvidos pela Polícia Federal.
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