Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
03/02/2002 - 18h59

Médico acusado de matar paciente tem registro suspenso

Publicidade

RENATA GIRALDI
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A Justiça Federal determinou a suspensão temporária do registro profissional do médico Denísio Marcelo Caron, acusado de causar a morte de Adcélia de Souza, na última terça-feira. Ela morreu depois de ser submetida à uma cirurgia de lipoaspiração e implante de silicone. O Ministério Público quer impedi-lo de trocar de endereço em Brasília e deixar o país.

O promotor Diaulas Ribeiro (da Promotoria de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde) entrará com uma ação de pedido de prisão preventiva contra Caron e outra de improbidade administrativa denunciando todas as direções dos CRMs (conselhos regionais de medicina).

Só em Goiás, Caron é investigado por três mortes e 25 casos de lesões corporais graves ocorridas em cirurgias plásticas que realizou. Apesar das acusações, o CRM-GO não chegou a nenhuma conclusão. "A gente tem tentado dar mais agilidade nos processos, mas existem normas e prazos que devem ser respeitados", disse o presidente do órgão, Erso Guimarães.

Para o promotor, os CRMs protegem os médicos por permitirem a lentidão nos processos. "Isso é uma agressão à sociedade, demonstrando falta de compromisso. É um absurdo um processo envolvendo morte de um paciente levar, em média, cinco anos para ser concluído", disse ele.

Caron foi denunciado por homicídio culposo (sem intenção de matar), podendo pegar de um a três anos de prisão. Para Diaulas, o médico deve ser indiciado por crime de homicídio com dolo eventual (quando existe a consciência do risco).

A promotora Marilda Helena dos Santos (do Núcleo de Defesa do Cidadão de Goiás) quer solicitar judicialmente que o médico pague R$ 10 mil (preço médio cobrado por cirurgia) por cada procedimento cirúrgico que realizou desde 19 de março de 2001, quando assinou termo de compromisso e conduta afirmando que não realizaria cirurgias até o final das investigações.

Ao ser ouvido pela polícia, Caron atribuiu a responsabilidade pela morte da Adcélia ao cardiologista que o acompanhava. Mas não soube dizer o nome do colega. Em seguida, em entrevista à televisão, disse que ocorreu "uma falta de sorte" durante a cirurgia.

Outra paciente de Caron, Graziela Murta Oliveira está em coma há 13 dias, desde que se submeteu a uma lipoaspiração. Após complicações, foi internada na UTI de um hospital particular em Brasília. A polícia ouvirá durante a semana os parentes das vítimas do médico.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página