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10/02/2002
-
18h57
da Agência Folha
Milhares de foliões anônimos escondidos sob máscaras e com os corpos cobertos por lençóis e fantasias coloridas mantiveram neste domingo uma tradição que já dura quase um século no Agreste pernambucano: o Carnaval dos Papangus da cidade de Bezerros.
Na festa, manter o anonimato é a razão da folia. A diversão dos moradores é brincar durante todo o dia sem ser reconhecido. Para isso, muitos chegam a usar luvas para evitar a exposição de algum pedaço de pele. As máscaras só são retiradas no final do dia.
O calor do Agreste não desanima os foliões, que participam de um desfile de cerca de três quilômetros nas ruas da cidade. No percurso, aproveitam do anonimato para brincar e provocar amigos que não os reconhecem.
As fantasias, que anos atrás eram sempre muito parecidas _máscaras ovais com perucas cacheadas_, hoje são variadas e criativas. O bloco "Quer Aparecer?" desfilou com pessoas que usavam melancias ocas na cabeça com buracos no lugar dos olhos.
Outro grupo aproveitou o programa Big Brother para criar o bloco "Big Brother Bezerros". Os cerca de 20 participantes, com máscaras de caipira, dançavam forró dentro de um barraco móvel de pano de 15 m2 com teto de palha e antena parabólica feita com uma peneira de vime.
Havia ainda muitas fantasias de Osama bin Laden e da personagem Jade, da novela global "O Clone". Cachorros, cavalos e motocicletas também estavam com adereços.
A tradição dos papangus surgiu no início do século passado, em 1905, segundo relato feito pelo carnavalesco e artesão de máscaras Lula Vassoureiro. As primeiras máscaras eram feitas com papel de embrulhar charque e papelão. Os mascarados saíam às ruas para pedir um auxílio e ganhavam ovos, frutas e galinhas.
O nome papangu surgiu já na década de 50, quando as máscaras começaram a ser confeccionadas em papel de jornal, pintadas com tintas produzidas a partir de breu e gasolina. Os foliões mascarados eram recebidos nas casas com angu, uma espécie de mingau feito à base de milho.
O alimento e a fome dos foliões, que se aproveitavam das máscaras para comer angu mais de uma vez em um mesmo lugar, deu origem ao nome dos mascarados do Carnaval pernambucano.
Com o crescimento do turismo durante a festa, a fabricação das máscaras passou a ser também importante fonte de renda para os moradores da cidade.
A Prefeitura de Bezerros estima que aproximadamente 10% da população _cerca de 6.000 pessoas_ se envolve diretamente na atividade, ainda artesanal, nos meses que antecedem a folia.
Leia mais notícias sobre o Carnaval
Carnaval dos Papangus mantém tradição de festa no Agreste de PE
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Milhares de foliões anônimos escondidos sob máscaras e com os corpos cobertos por lençóis e fantasias coloridas mantiveram neste domingo uma tradição que já dura quase um século no Agreste pernambucano: o Carnaval dos Papangus da cidade de Bezerros.
Na festa, manter o anonimato é a razão da folia. A diversão dos moradores é brincar durante todo o dia sem ser reconhecido. Para isso, muitos chegam a usar luvas para evitar a exposição de algum pedaço de pele. As máscaras só são retiradas no final do dia.
O calor do Agreste não desanima os foliões, que participam de um desfile de cerca de três quilômetros nas ruas da cidade. No percurso, aproveitam do anonimato para brincar e provocar amigos que não os reconhecem.
As fantasias, que anos atrás eram sempre muito parecidas _máscaras ovais com perucas cacheadas_, hoje são variadas e criativas. O bloco "Quer Aparecer?" desfilou com pessoas que usavam melancias ocas na cabeça com buracos no lugar dos olhos.
Outro grupo aproveitou o programa Big Brother para criar o bloco "Big Brother Bezerros". Os cerca de 20 participantes, com máscaras de caipira, dançavam forró dentro de um barraco móvel de pano de 15 m
Havia ainda muitas fantasias de Osama bin Laden e da personagem Jade, da novela global "O Clone". Cachorros, cavalos e motocicletas também estavam com adereços.
A tradição dos papangus surgiu no início do século passado, em 1905, segundo relato feito pelo carnavalesco e artesão de máscaras Lula Vassoureiro. As primeiras máscaras eram feitas com papel de embrulhar charque e papelão. Os mascarados saíam às ruas para pedir um auxílio e ganhavam ovos, frutas e galinhas.
O nome papangu surgiu já na década de 50, quando as máscaras começaram a ser confeccionadas em papel de jornal, pintadas com tintas produzidas a partir de breu e gasolina. Os foliões mascarados eram recebidos nas casas com angu, uma espécie de mingau feito à base de milho.
O alimento e a fome dos foliões, que se aproveitavam das máscaras para comer angu mais de uma vez em um mesmo lugar, deu origem ao nome dos mascarados do Carnaval pernambucano.
Com o crescimento do turismo durante a festa, a fabricação das máscaras passou a ser também importante fonte de renda para os moradores da cidade.
A Prefeitura de Bezerros estima que aproximadamente 10% da população _cerca de 6.000 pessoas_ se envolve diretamente na atividade, ainda artesanal, nos meses que antecedem a folia.
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