19/02/2002 - 15h56

Polícia interroga empresário e investiga seu envolvimento com Daniel

FÁBIO PORTELA
da Folha Online

A polícia de São Paulo ouviu hoje o depoimento do empresário Ronan Maria Pinto, dentro do inquérito que investiga a morte do prefeito de Santo André Celso Daniel.

Ronan é sócio de Sérgio Gomes da Silva, que estava com Daniel quando o prefeito foi sequestrado, no dia 18 de janeiro. Eles são proprietários de empresas de ônibus em Goiânia, Recife, Fortaleza e Várzea Grande (MS).

O empresário também é um dos maiores prestadores de serviços da Prefeitura de Santo André: ele controla todas as linhas de ônibus do município e também é responsável pela coleta de lixo.

Após o depoimento, Ronan preferiu não dar declarações à imprensa, mas seu advogado, Adriano Salles Vani, disse que a polícia fez muitas perguntas com o objetivo de saber qual era, exatamente, a relação entre o empresário e o prefeito assassinado.

O empresário declarou que conhecia Celso Daniel, mas nunca teve amizade com o prefeito. "Eles tinham apenas relações profissionais", afirmou o advogado.

Alguns contratos da empresa de Ronan, a Rotedalli Serviços e Limpeza Urbana, foram rejeitados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) em 1997. Na época, a alegação do tribunal foi de que a Rotedalli havia sido beneficiada por licitações dirigidas.

O advogado Adriano Salles Vani diz, no entanto, que a polícia não fez qualquer pergunta neste sentido durante o depoimento. "O meu cliente ou as empresas dele não têm qualquer relação com o assassinato de Celso Daniel", declarou.

"Pelo que eu sei, a polícia já descobriu que o crime foi cometido por criminosos da favela Pantanal, e falta apenas uma prova cabal para encerra o caso", disse Vani. O advogado se referia à quadrilha liderada por um homem identificado como Itamar que, segundo a polícia, estaria ligado ao sequestro do prefeito. Todos os suspeitos, no entanto, estão foragidos.

Celso Daniel foi sequestrado na noite de 18 de janeiro, após sair de um restaurante na região dos Jardins, em São Paulo. Dois dias depois o prefeito foi encontrado morto em uma estrada no município de Juquitiba.

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