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08/03/2002
-
05h59
GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo
José Edson da Silva, 27, afirmou à polícia que mandou matar o prefeito de Santo André Celso Daniel (PT) porque ele olhou para o seu rosto.
Daniel teria visto Silva na troca de carro, realizada na favela Pantanal (zona sul) depois do sequestro, e na chegada ao cativeiro, localizado entre os municípios de Juquitiba e São Lourenço da Serra. Durante a permanência no local, o prefeito teve o rosto coberto com um gorro.
O medo de Silva ser reconhecido se Daniel fosse solto foi confirmado pelo deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT), que acompanha as investigações.
Silva confessou ao Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) ter retirado o prefeito do cativeiro e levado Daniel a uma estrada deserta, onde mandou o adolescente L.S.N., 17, atirar no prefeito.
Em depoimento à polícia, Silva disse que recebeu uma ordem do restante da quadrilha de "sumir com a bomba" quando foi descoberto que o refém era um prefeito. Para a polícia, essa expressão mostra que, apesar de Silva temer ser reconhecido, os outros membros do grupo não intercederam em favor de Daniel.
O depoimento de Silva ontem também esclareceu outro crime praticado em cumplicidade com o adolescente. Quinze dias antes de assassinar Daniel, a dupla usou o mesmo carro, cativeiro e adotou a mesma forma de atuação para sequestrar e matar um cabeleireiro na zona oeste de São Paulo.
Adi Ferreira da Silva, 37, ficou no dia 5 no mesmo cativeiro em Juquitiba no qual Daniel permaneceu entre os dias 19 e 20 de janeiro. Como o prefeito, o cabeleireiro foi retirado do cativeiro, colocado no porta-malas de um Tempra preto -de propriedade de Silva- e levado para um lugar deserto, onde foi morto com tiros de pistola 9 milímetros.
O cabeleireiro foi sequestrado no dia 5 de janeiro quando entrava em seu Audi, no bairro Rio Pequeno (zona oeste). Adi da Silva, que era travesti, usava um vestido branco quando foi capturado.
L. e José da Silva confessaram o crime, segundo o delegado Edson Santi, do Deic. De acordo com Greenhalgh, o cabeleireiro foi colocado no banco traseiro do seu Audi e levado para uma favela no Campo Limpo (zona sul).
Lá, a vítima foi transferida para o porta-malas do Tempra preto e levada para o cativeiro. No local, iniciou a negociação do resgate. O valor começou alto e baixou para R$ 3.000. O cabeleireiro disse que não tinha dinheiro. O corpo dele foi encontrado em Miracatu (180 km de São Paulo).
Segundo a polícia, José da Silva deu um tiro no cabeleireiro e L., dois. Os projéteis encontrados no corpo de Daniel e no de Adi da Silva vão ser comparados para ver se saíram da mesma arma.
Na madrugada de ontem, José da Silva tentou se ferir batendo a cabeça contra o chão e tentando se estrangular usando as mãos, mas foi contido pelos outros presos do 77º DP (Santa Cecília).
Leia mais:
Tudo sobre a morte do prefeito Celso Daniel
Celso Daniel foi assassinado por ter olhado para rosto de sequestrador
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da Folha de S.Paulo
José Edson da Silva, 27, afirmou à polícia que mandou matar o prefeito de Santo André Celso Daniel (PT) porque ele olhou para o seu rosto.
Daniel teria visto Silva na troca de carro, realizada na favela Pantanal (zona sul) depois do sequestro, e na chegada ao cativeiro, localizado entre os municípios de Juquitiba e São Lourenço da Serra. Durante a permanência no local, o prefeito teve o rosto coberto com um gorro.
O medo de Silva ser reconhecido se Daniel fosse solto foi confirmado pelo deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT), que acompanha as investigações.
Silva confessou ao Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) ter retirado o prefeito do cativeiro e levado Daniel a uma estrada deserta, onde mandou o adolescente L.S.N., 17, atirar no prefeito.
Em depoimento à polícia, Silva disse que recebeu uma ordem do restante da quadrilha de "sumir com a bomba" quando foi descoberto que o refém era um prefeito. Para a polícia, essa expressão mostra que, apesar de Silva temer ser reconhecido, os outros membros do grupo não intercederam em favor de Daniel.
O depoimento de Silva ontem também esclareceu outro crime praticado em cumplicidade com o adolescente. Quinze dias antes de assassinar Daniel, a dupla usou o mesmo carro, cativeiro e adotou a mesma forma de atuação para sequestrar e matar um cabeleireiro na zona oeste de São Paulo.
Adi Ferreira da Silva, 37, ficou no dia 5 no mesmo cativeiro em Juquitiba no qual Daniel permaneceu entre os dias 19 e 20 de janeiro. Como o prefeito, o cabeleireiro foi retirado do cativeiro, colocado no porta-malas de um Tempra preto -de propriedade de Silva- e levado para um lugar deserto, onde foi morto com tiros de pistola 9 milímetros.
O cabeleireiro foi sequestrado no dia 5 de janeiro quando entrava em seu Audi, no bairro Rio Pequeno (zona oeste). Adi da Silva, que era travesti, usava um vestido branco quando foi capturado.
L. e José da Silva confessaram o crime, segundo o delegado Edson Santi, do Deic. De acordo com Greenhalgh, o cabeleireiro foi colocado no banco traseiro do seu Audi e levado para uma favela no Campo Limpo (zona sul).
Lá, a vítima foi transferida para o porta-malas do Tempra preto e levada para o cativeiro. No local, iniciou a negociação do resgate. O valor começou alto e baixou para R$ 3.000. O cabeleireiro disse que não tinha dinheiro. O corpo dele foi encontrado em Miracatu (180 km de São Paulo).
Segundo a polícia, José da Silva deu um tiro no cabeleireiro e L., dois. Os projéteis encontrados no corpo de Daniel e no de Adi da Silva vão ser comparados para ver se saíram da mesma arma.
Na madrugada de ontem, José da Silva tentou se ferir batendo a cabeça contra o chão e tentando se estrangular usando as mãos, mas foi contido pelos outros presos do 77º DP (Santa Cecília).
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