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14/07/2000
-
13h50
WAGNER MATHEUS, da Folha de S.Paulo, da Sucursal do Rio
O sequestrador do ônibus da linha 174, identificado pela polícia como Sandro do Nascimento, foi enterrado nesta sexta-feira (14) como indigente numa cova rasa do cemitério do Caju, centro do Rio de Janeiro.
O corpo estava guardado numa das geladeiras do IML (Instituto Médico Legal) há 32 dias. No atestado de óbito, o ex-menino de rua e sobrevivente da chacina da Candelária (1983), que levou o terror a dez reféns no dia 12 de junho, foi identificado apenas como "um homem", morto por "asfixia mecânica por constrição do pescoço".
O sepultamento foi realizado debaixo de uma chuva fina, acompanhado apenas por duas pessoas: Elza da Silva, a mulher que afirma ser mãe do sequestrador, apesar do resultado negativo do teste de DNA, e Ivanildo de Jesus Severo, presidente da Associação de Moradores da favela Nova Holanda, onde ela mora.
Elza disse que ainda não se convenceu do resultado do exame, mas descartou a hipótese de se submeter a um novo teste. "Para mim ele é meu filho, nada mudou", disse a faxineira, que levou uma dúzia de cravos brancos para colocar sobre o caixão.
O enterro foi providenciado pela advogada do Centro Brasileiro da Criança e do Adolescente, Cristina Leonardo, e pago pela Santa Casa de Misericórdia. Cristina preferiu não participar do sepultamento, mas, antes de liberar o corpo no IML, passou na igreja dos Capuchinhos, na Tijuca, para benzer um terço que colocou dentro do caixão de Sandro.
A liberação do corpo do sequestrador, que matou com três tiros a refém Geisa Firmo Gonçalves, vinha sendo adiada devido às dúvidas sobre sua verdadeira identidade e a uma série de entraves burocráticos.
Em tese, Sandro poderia ter sido enterrado por qualquer pessoa que reclamasse o corpo, caso nenhum parente aparecesse para fazê-lo no prazo de 72 horas depois de sua morte. Se não houvesse ninguém, o Estado o enterraria como indigente.
A única pessoa a reclamar o corpo foi a faxineira Elza, que o identificava como Alex Júnior da Silva. Para tirar a dúvida, a delegada que investiga o caso, Martha Rocha, exigiu o exame de DNA, que deu negativo.
Sandro foi morto por asfixia a caminho do hospital, após o final do sequestro, na zona sul do Rio. Estavam no camburão o capitão Ricardo de Souza Soares e os soldados Luiz Antônio de Lima Silva, Márcio de Araújo David, Paulo Roberto Monteiro e Flávio Val Dias.
Depois do caso do ônibus 174, qual seria a melhor solução para evitar cenas como aquelas? Vote
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Sequestrador do ônibus é enterrado como indigente no Rio
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O sequestrador do ônibus da linha 174, identificado pela polícia como Sandro do Nascimento, foi enterrado nesta sexta-feira (14) como indigente numa cova rasa do cemitério do Caju, centro do Rio de Janeiro.
O corpo estava guardado numa das geladeiras do IML (Instituto Médico Legal) há 32 dias. No atestado de óbito, o ex-menino de rua e sobrevivente da chacina da Candelária (1983), que levou o terror a dez reféns no dia 12 de junho, foi identificado apenas como "um homem", morto por "asfixia mecânica por constrição do pescoço".
O sepultamento foi realizado debaixo de uma chuva fina, acompanhado apenas por duas pessoas: Elza da Silva, a mulher que afirma ser mãe do sequestrador, apesar do resultado negativo do teste de DNA, e Ivanildo de Jesus Severo, presidente da Associação de Moradores da favela Nova Holanda, onde ela mora.
Elza disse que ainda não se convenceu do resultado do exame, mas descartou a hipótese de se submeter a um novo teste. "Para mim ele é meu filho, nada mudou", disse a faxineira, que levou uma dúzia de cravos brancos para colocar sobre o caixão.
O enterro foi providenciado pela advogada do Centro Brasileiro da Criança e do Adolescente, Cristina Leonardo, e pago pela Santa Casa de Misericórdia. Cristina preferiu não participar do sepultamento, mas, antes de liberar o corpo no IML, passou na igreja dos Capuchinhos, na Tijuca, para benzer um terço que colocou dentro do caixão de Sandro.
A liberação do corpo do sequestrador, que matou com três tiros a refém Geisa Firmo Gonçalves, vinha sendo adiada devido às dúvidas sobre sua verdadeira identidade e a uma série de entraves burocráticos.
Em tese, Sandro poderia ter sido enterrado por qualquer pessoa que reclamasse o corpo, caso nenhum parente aparecesse para fazê-lo no prazo de 72 horas depois de sua morte. Se não houvesse ninguém, o Estado o enterraria como indigente.
A única pessoa a reclamar o corpo foi a faxineira Elza, que o identificava como Alex Júnior da Silva. Para tirar a dúvida, a delegada que investiga o caso, Martha Rocha, exigiu o exame de DNA, que deu negativo.
Sandro foi morto por asfixia a caminho do hospital, após o final do sequestro, na zona sul do Rio. Estavam no camburão o capitão Ricardo de Souza Soares e os soldados Luiz Antônio de Lima Silva, Márcio de Araújo David, Paulo Roberto Monteiro e Flávio Val Dias.
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