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21/07/2002 - 09h08

Autismo descoberto cedo tem melhor tratamento

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BRUNO LIMA
da Folha de S.Paulo

Descobrir que há alterações no comportamento de uma criança antes dos dois anos de idade pode fazer muita diferença para a sua melhora, se ela for autista.

"O diagnóstico precoce é determinante", diz o neuropediatra Márcio Vasconcelos, professor de pediatria da Universidade Federal Fluminense.

O médico afirma que o mais comum é que, com o tratamento, as crianças tenham uma "grande reabilitação".

O termo "cura" é visto com certo cuidado por associações de apoio a portadores de autismo. Por mais que o autista possa se assemelhar em muitos aspectos ao indivíduo normal, sempre haveria dificuldades -mesmo que pequenas- nas habilidades atingidas pela síndrome, como comunicação e interação social.

"Quanto mais tempo dura o quadro de autismo sem tratamento, menores são as chances de progresso", diz o chefe do setor de neuropediatria da Unifesp, Luiz Celso Vilanova.

O tratamento é multidisciplinar. Profissionais de medicina, pedagogia, fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional, entre outros, participam. Não há exame capaz de diagnosticar a doença.

No Brasil, não há dados específicos sobre a incidência da doença, pois o registro é feito juntamente com outras síndromes.

As estimativas internacionais mais aceitas variam de cinco a 15 casos em cada 10 mil pessoas. A proporção seria de quatro homens para cada mulher. Segundo estimativas da AMA (Associação de Amigos do Autista), só no município de São Paulo nascem todos os anos mais de 200 autistas.

Nos EUA, o número de casos registrados está aumentando. Só no Estado da Califórnia, o número de crianças autistas atendidas pelo serviço social quadruplicou de 1987 a 2002. Não há uma explicação definida para o fenômeno.

Um fator é o aumento do conhecimento sobre a doença, que leva a mais diagnósticos. Outra questão é que a palavra autismo hoje está associada a diversas síndromes, que variam do mais alto ao mais leve comprometimento. A hipótese de aumento da incidência também é considerada, embora a causa da doença ainda seja desconhecida. "Só há especulações", diz o psiquiatra infantil Estevão Vadasz, da USP.

Para os médicos, o mais provável é que o autismo tenha origem genética, mas não está descartado que fatores ambientais possam servir de desencadeantes.
 

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