Publicidade
Publicidade
24/07/2000
-
19h36
MARCELO CORTEZ
da Folha de S.Paulo
A delegada Martha Rocha, que investiga o sequestro do ônibus 174, no dia 12 de junho, no Rio, finalmente ouviu nesta segunda-feira (24) o soldado Marcelo Oliveira dos Santos, do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar).
Uma falha de Marcelo determinou o desfecho trágico do sequestro. Ele atirou contra o sequestrador Sandro do Nascimento na hora em que ele deixava o ônibus, segurando a refém Geísa Gonçalves. O tiro errou o alvo e acertou o rosto da refém. Neste momento, o bandido deu três tiros em Geísa, matando-a.
Não se sabe se o soldado agiu por iniciativa própria ou recebeu ordens de oficiais superiores para atirar. Seguindo orientação do seu advogado, hoje ele não respondeu às perguntas da delegada Martha Rocha, reservando-se o direito de ficar calado.
Apesar disso, o depoimento durou uma hora e meia, na 15ª DP (Delegacia de Polícia), na Gávea (zona sul do Rio).
Segundo a delegada, Marcelo dos Santos só falou da licença médica que obteve logo depois do sequestro. Por causa da licença dada pelo Hospital da Polícia Militar, com diagnóstico de depressão, seu depoimento teve que ser adiado por duas vezes.
O advogado Clóvis Sahione também defende os cinco policiais acusados de matar por asfixia o sequestrador Sandro do Nascimento, no caminho entre o local do sequestro e o hospital. A tese de sua defesa é de que os policiais agiram "sob forte emoção".
Segundo Sahione, Marcelo dos Santos "é um homem muito sensível, que pinta e toca piano". Segundo o advogado, "ele não é uma pessoa indicada para ser um soldado, justamente pelas habilidades que possui". Ele disse que ainda não conversou com Marcelo dos Santos para saber se ele "teve ou não ordem para atirar".
"Normalmente em uma situação como aquela os policiais têm liberdade para decidir se atiram ou não", completou o advogado.
"Por uma questão de técnica, fiz todas as perguntas necessárias. Ele apenas respondeu as relativas ao tratamento médico a que se submeteu", disse Martha Rocha.
No dia 9 de agosto, termina o prazo para a conclusão do inquérito, que já ultrapassa 500 páginas.
Depois do caso do ônibus 174, qual seria a melhor solução para evitar cenas como aquelas? Vote
Clique aqui para ler toda a cobertura do caso na página especial Pânico no Rio
Leia mais notícias de cotidiano na Folha Online
Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online
Policial que participou de sequestro a ônibus depõe no Rio
Publicidade
da Folha de S.Paulo
A delegada Martha Rocha, que investiga o sequestro do ônibus 174, no dia 12 de junho, no Rio, finalmente ouviu nesta segunda-feira (24) o soldado Marcelo Oliveira dos Santos, do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar).
Uma falha de Marcelo determinou o desfecho trágico do sequestro. Ele atirou contra o sequestrador Sandro do Nascimento na hora em que ele deixava o ônibus, segurando a refém Geísa Gonçalves. O tiro errou o alvo e acertou o rosto da refém. Neste momento, o bandido deu três tiros em Geísa, matando-a.
Não se sabe se o soldado agiu por iniciativa própria ou recebeu ordens de oficiais superiores para atirar. Seguindo orientação do seu advogado, hoje ele não respondeu às perguntas da delegada Martha Rocha, reservando-se o direito de ficar calado.
Apesar disso, o depoimento durou uma hora e meia, na 15ª DP (Delegacia de Polícia), na Gávea (zona sul do Rio).
Segundo a delegada, Marcelo dos Santos só falou da licença médica que obteve logo depois do sequestro. Por causa da licença dada pelo Hospital da Polícia Militar, com diagnóstico de depressão, seu depoimento teve que ser adiado por duas vezes.
O advogado Clóvis Sahione também defende os cinco policiais acusados de matar por asfixia o sequestrador Sandro do Nascimento, no caminho entre o local do sequestro e o hospital. A tese de sua defesa é de que os policiais agiram "sob forte emoção".
Segundo Sahione, Marcelo dos Santos "é um homem muito sensível, que pinta e toca piano". Segundo o advogado, "ele não é uma pessoa indicada para ser um soldado, justamente pelas habilidades que possui". Ele disse que ainda não conversou com Marcelo dos Santos para saber se ele "teve ou não ordem para atirar".
"Normalmente em uma situação como aquela os policiais têm liberdade para decidir se atiram ou não", completou o advogado.
"Por uma questão de técnica, fiz todas as perguntas necessárias. Ele apenas respondeu as relativas ao tratamento médico a que se submeteu", disse Martha Rocha.
No dia 9 de agosto, termina o prazo para a conclusão do inquérito, que já ultrapassa 500 páginas.
Depois do caso do ônibus 174, qual seria a melhor solução para evitar cenas como aquelas? Vote
Clique aqui para ler toda a cobertura do caso na página especial Pânico no Rio
Leia mais notícias de cotidiano na Folha Online
Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice