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Prefeito de Porto Feliz (SP) caminha 132 km em protesto contra presídio
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da Agência Brasil
Desde domingo (24), o prefeito de Porto Feliz (118 km de São Paulo), Cláudio Maffei, está em marcha rumo ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, onde pretende chegar quarta-feira (27), para entregar ao governador José Serra (PSDB), um abaixo-assinado com 15 mil assinaturas contra a instalação de um presídio estadual no município. A caminhada de Maffei deve atingir 132 quilômetros.
Em entrevista à TV Brasil, Maffei disse que o objetivo da manifestação é sensibilizar o governo do Estado para que a medida seja revista."O povo precisa de escola, e não de presídios", afirmou o prefeito. Ele disse que tentou várias vezes discutir o assunto com as autoridades estaduais, mas não conseguiu.
Maffei iniciou a caminhada logo depois de participar de ato ecumênico na Praça Doutor José Sacramento e Silva, no centro de Porto Feliz. Alguns moradores ouvidos pela TV Brasil apoiaram o gesto do prefeito, manifestando temor de que o presídio possa gerar insegurança no município.
Em nota à imprensa, o chefe da Casa Civil do governo paulista, Aloysio Nunes Ferreira, critica a manifestação de Maffei. Segundo Ferreira, o prefeito de Porto Feliz está "completamente alheio à realidade e, promove, nos últimos meses, campanha contra a instalação de um centro de progressão penitenciária em seu município ".
O secretário da Casa Civil diz que o prefeito conta com o apoio da bancada petista da Assembleia Legislativa que, conforme a nota, "transformou o assunto em disputa político-partidária". Para ele, o objetivo da caminhada é "constranger o governo".
No texto, Ferreira informa que há 147 mil presos no sistema penitenciário paulista e que o que se pretende construir em Porto Feliz é um tipo de unidade prisional modelo, um centro de progressão penitenciária (CPP). De acordo com o secretário, o plano de expansão prevê a instalação de mais seis unidades prisionais. A meta é construir 49 unidades em todo o Estado, com a abertura de 39 mil vagas e custo estimado de R$ 1,5 bilhão.
Atualmente, existem sete CPPs em São Paulo, e o projeto de Porto Feliz será o primeiro da região de Sorocaba (99 km de SP). Os centros têm dez salas de aulas, seis galpões de trabalho, oficinas de manutenção de veículos, capelas, quadras poliesportivas, praças e hortas, e devem abrigar presos do regime semiaberto ou sentenciados que já cumpriram uma parte da pena e conseguiram o benefício judicial.
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