Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
11/12/2002 - 17h44

Havanir admite que dinheiro de cartilhas pode ter entrado em sua conta

SILVIO NAVARRO
da Folha Online

A vereadora Havanir Nimtz (Prona) negou hoje que tenha cobrado dinheiro de interessados em se candidatar por seu partido ao depor à comissão de sindicância que investiga se ela teria ou não quebrado o decoro parlamentar. Havanir, no entanto, admitiu que o dinheiro das vendas de cartilhas de seu partido pode ter "eventualmente" entrado em sua conta bancária.

"Pode ter ocorrido que um eventual cheque tenha caído numa conta minha, mas foi ressarcido depois. Não tive nenhum tostão com a venda de cartilhas", disse a vereadora. Se a quebra de decoro for confirmada, Havanir pode ter seu mandato cassado.

Em sua defesa, Havanir sugeriu a conferência dos documentos da Livraria e Editora Enéas Ferreira Carneiro Ltda., que confecciona as cartilhas do partido, cuja compra seria obrigatória, segundo as acusações. Os documentos, de acordo com a vereadora, comprovariam que não teria havido desvio de dinheiro para proveito pessoal.

O depoimento da vereadora à comissão, o último antes da elaboração do relatório que dirá se houve ou não quebra de decoro, chegou a ser interrompido para a realização de uma sessão no plenário. Como houve falta de quórum -praxe nas últimas duas semanas- e a sessão não aconteceu, o depoimento foi retomado pouco depois.

Havanir alegou ter sido ameaçada pelo comerciante de Santos Jorge Roberto Leite, que a acusa de ter cobrado para que ele pudesse concorrer pelo Prona à Assembléia Legislativa de São Paulo. Segundo a vereadora, ele teria ameaçado levar à imprensa as fitas que gravou, caso ela não arrumasse um emprego para ele no partido.

"Ele me ligava para cobrar: 'Se a senhora não me der um cargo, eu vou levar a fita no Ratinho ou na Globo'.", afirmou Havanir

Atrito
Havanir foi o tempo todo instruída por Enéas Carneiro, presidente do Prona, que estava sentado em dua frente, assistindo ao depoimento e fazendo indicações de como ela deveria conduzir o depoimento.

Assim como Enéas, Havanir disse que as acusações são fruto de um esquema maquinado por pessoas "invejosas e maldosas", que não aceitam a votação recebida pelo Prona em 2002.

Ela disse também que estaria sendo vítima de um "linchamento público" e chegou a "bater boca" com o relator da comissão, vereador Milton Leite (PMDB), reclamando que ele estaria tentando induzir suas respostas.

"Numa sindicância, é necessário que haja exaustão plena", respondeu Leite.

Leia mais:

Em depoimento tumultuado, Enéas nega venda de legenda

Em sindicância, maioria confirma a compra de cartilha do Prona

Vereador do PPB pede anulação de sindicância sobre Havanir

Candidatos confirmam à Câmara venda de legenda

Ameaçada de perder mandato, Havanir deixa direção do Prona em SP

Prática de cobrar até R$ 5 mil por candidaturas é comum no Prona

Câmara e promotoria vão investigar denúncia contra Havanir

Havanir desobedece Enéas e diz que dinheiro "era como dízimo"

Enéas impede Havanir de falar e atribui acusação à venda de cartilhas

Prona já respondeu denúncia sobre venda de candidatura


 

Publicidade

Publicidade

Publicidade