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04/01/2010 - 07h43

São Luiz do Paraitinga deve perder 80% de área histórica

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ROGÉRIO PAGNAN
Enviado especial da Folha a São Luiz do Paraitinga

As chuvas que alagaram quase toda a cidade de São Luiz do Paraitinga, cidade turística a 182 km de São Paulo, no Vale do Paraíba, varreram quase 80% dos imóveis tombados pelo Condephaat, segundo previsão da prefeitura, incluindo duas igrejas, a matriz de São Luiz de Tolosa e a capela das Mercês.

Veja desabamento de igreja em São Luiz do Paraitinga

Todos os imóveis foram protegidos oficialmente por conta de seu valor histórico --a maioria dos prédios era de casarões feitos com tijolo e barro- e constituía um dos maiores conjuntos arquitetônicos tombados em território paulista.

Joel Silva/Folha Imagem
Escombros da igreja matriz, destruída pela chuva em São Luiz do Paraitinga; centro histórico da cidade ficou totalmente alagado
Escombros da igreja matriz, destruída pela chuva em São Luiz do Paraitinga; centro histórico da cidade ficou totalmente alagado

Ao imenso prejuízo histórico somam-se ainda os danos materiais: praticamente 9.000 pessoas da cidade de 10.500 habitantes foram afetadas pelos alagamentos e ao menos 5.000 não têm como voltar para casa.

Com casas perdidas ou semidestruídas, moradores ainda enfrentam um risco adicional: o temor de saques, que tem ameaçado até os objetos religiosos que integravam o acervo das duas igrejas destruídas.

O governador José Serra (PSDB) esteve ontem na cidade e disse que o governo tentará reverter a maior parte da destruição, inclusive a do patrimônio histórico. Questionada, por telefone, pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Alckmin, sobre o que precisava, a prefeita Ana Lúcia Bilard Sicherle (PSDB) respondeu: "De uma cidade".

Estragos

O centro histórico é preservado oficialmente desde 1982. "É um patrimônio colonial bastante significativo. Inclusive, estava sendo tombado também pelo Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional], na esfera federal", disse Maria Tereza Luchiari, pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e especialista em estudos sobre tombamentos de prédios.

A maior parte das construções nos arredores da praça Oswaldo Cruz --o médico sanitarista é um dos filhos ilustres da cidade, como o geógrafo Aziz Ab'Saber--, tinha fundações feitas de barro, característica dos imóveis construídos durante o século 19 e início do 20. Por isso, as estruturas não aguentaram a enxurrada. A igreja matriz de São Luiz de Tolosa, que ruiu no sábado, era do início do século 20.

A Defesa Civil só concluirá o levantamento de casas interditadas quando as águas voltarem ao nível normal, o que deve ocorrer amanhã, se não chover. Estão cobertos pela água, segundo autoridades municipais, pelo menos 600 imóveis. A estimativa do prejuízo na cidade supera os R$ 100 milhões.

 

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