Artista consegue retirar parte de acervo musical de casa atingida por enchente em Paraitinga

O compositor Paulo Baroni conseguiu na tarde de ontem (9) retirar parte do acervo musical que guardava em sua casa em São Luiz do Paraitinga (171 km de São Paulo). A residência do músico, que guardava vídeos, discos e partituras dos primeiros festivais de marchinhas da cidade, foi uma das atingidas pela cheia que deixou 2.400 desalojados no município.

Liberada na última quinta-feira, após vistoria do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), a casa de Baroni ainda não havia sido aberta. Antes de tentar resgatar o acervo, o compositor procurou encontrar um galpão onde pudesse depositar as obras.

De acordo com Bruno Ferreira, 34, amigo do artista, o material retirado do imóvel está bastante danificado. Baroni agora deve avaliar a qualidade dos VHSs, considerados pelo músico como uma das maiores preciosidades de seu arquivo. As fitas continham imagens dos festivais de marchinhas desde os anos 1980. O músico deve procurar parceiros na capital para tentar recuperar os vídeos.

O arquivo de Baroni não foi o único de São Luiz do Paraitinga danificado pelas águas. O acervo no Instituto Elpídio dos Santos, o principal centro cultural da cidade, reunia fotografias e instrumentos musicais, entre outras obras, do compositor que dá nome ao local. Nascido em São Luiz do Paraitinga em 1909 e autor de trilha sonora dos filmes de Mazzaropi, Elpídio é tido como o patrono musical de São Luiz do Paraitinga.

Conforme Ferreira, parte dos moradores já se organiza para tentar arrecadar verba para recompor o instituto. Outra preocupação de quem vive na cidade é a reconstrução da biblioteca municipal e a restauração dos quadros de Hélder dos Santos, pintor da cidade cujas obras estavam espalhadas pelas paredes das casas inundadas.

Atingida pela cheia do rio Paraitinga, o município segue recebendo doações. Na próxima segunda-feira, a PM vai enviar à cidade quatro caminhões com água e donativos.