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Chamar alguém de cachorro não é ofensa, diz procuradora acusada de maus-tratos
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da Reportagem Local
A procuradora aposentada Vera Lúcia de Sant'Anna Gomes, acusada de torturar uma menina de dois anos que estava sob sua guarda, no Rio, confirmou em entrevista à revista "Veja" que chamou a menina de "cachorra".
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Divulgação |
Procuradora aposentada Vera Lúcia Sant'Anna Gomes, acusada de agressão |
"De tudo aquilo de que estão me acusando, admito uma coisa: chamei a menina de cachorra mesmo. No dia em que isso aconteceu, tínhamos uma consulta médica. Ela estava se recusando a comer e ainda por cima sujava a roupa toda de leite. Aquilo foi me irritando profundamente e perdi a paciência. Mas discordo da maioria das pessoas que agora me condenam: para mim, chamar alguém de cachorro não é ofensa."
Na entrevista, Gomes afirma ainda que, como recebe uma boa aposentadoria, decidiu adotar uma criança para não deixar sua pensão para o Estado. E revela que sua intenção era adotar três crianças, para formar "a família que nunca teve".
Sobre as lesões encontradas pelo IML (Instituto Médico Legal) no corpo da criança, a procuradora disse que sabe o motivo apenas do ferimento na testa: foi provocado por caroços de uva no chão, nos quais a menina teria escorregado e ficado com "um machucadinho de nada".
Na cadeia, Gomes diz que dorme à base de antidepressivo, que teme ser agredida por outras presas. "A cadeia dói. Meu lugar não é aqui".
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