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15/05/2003
-
09h44
da Folha de S.Paulo, em Campinas
Os 13 policiais militares da Rotac (Rondas Táticas de Campinas) acusados por moradores de uma favela do Jardim Anchieta, periferia de Campinas (95 kma noroeste de São Paulo), de matar dois rapazes em uma ação na terça-feira da semana passada foram presos anteontem, no Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo.
O pedido de prisão foi feito pelo presidente do IPM (Inquérito Policial Militar) instaurado para apurar qual versão é a verdadeira _a dos PMs ou a dos moradores.
A solicitação foi aceita pelo TJM (Tribunal de Justiça Militar) no final da tarde de ontem.
Os moradores do bairro e os familiares de Willian Douglas Santos, 20, e Fabrício Francisco da Conceição, 24, que morreram após terem sido baleados pelos PMs, acusam os policiais de terem matado os rapazes após eles já estarem no carro da PM.
Na versão apresentada pelos policiais no boletim de ocorrência registrado no plantão do 5º Distrito Policial, a PM foi até o bairro para atender a uma ocorrência de tráfico de drogas e foram recebidos a tiros. Só então dispararam contra os suspeitos.
Segundo moradores, o tiroteio durou mais de meia hora e deixou marcas em diversas casas do Jardim Anchieta.
O nome do policial militar que preside o inquérito não foi divulgado pela assessoria de imprensa da PM, pois prejudicaria as investigações. A identidade dos PMs presos também não foi revelada.
Os policiais militares ficarão detidos por cinco dias. O prazo da prisão pode ser prorrogado, dependendo do andamento do inquérito, segundo a assessoria.
O prazo para a conclusão do inquérito, que também pode ser prorrogado, é de 30 dias.
Ainda conforme a assessoria de imprensa da PM, o corregedor da corporação, coronel Paulo César Máximo, não vai se pronunciar sobre as investigações, pois a apuração do caso é sigilosa.
Outra vítima
Além dos dois rapazes assassinados, uma terceira pessoa afirma ter sido baleada pela PM na noite do tiroteio.
A.F.C., 24, foi atendido no pronto-socorro do hospital Celso Pierro, da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas, momentos antes de os dois rapazes serem levados pela PM à unidade de saúde. Segundo C., ele foi levado por um irmão até o hospital. "Essa foi a minha sorte", disse.
A assessoria de imprensa do Celso Pierro confirmou que C. foi atendido na noite de terça-feira da semana passada, vítima do tiroteio no Jardim Anchieta.
A vítima foi baleada no abdome, ficou internada por cinco dias e deixou o hospital no último sábado.
Entretanto, o nome do rapaz não consta no boletim de ocorrência apresentado pelos PMs no plantão da Polícia Civil.
"Se isso [a ausência de C. na ocorrência] realmente for comprovado, há algum erro e será apurado", disse o delegado do 2º Distrito Policial de Campinas, Álvaro Santucci Noventa Júnior, que instaurou inquérito ontem para apurar o caso.
Noventa Júnior disse que a primeira medida será solicitar ao IC (Instituto de Criminalística) o laudo residuográfico das vítimas.
Com o laudo, a polícia poderá saber se os rapazes atiraram nos policiais. O delegado aguarda também o laudo do IML (Instituto Médico Legal) sobre as causas das mortes dos dois rapazes.
O Ministério Público Estadual ainda não havia designado, até a tarde de ontem, um promotor para acompanhar as investigações.
PMs acusados de assassinato são presos em Campinas
DIOGO PINHEIROda Folha de S.Paulo, em Campinas
Os 13 policiais militares da Rotac (Rondas Táticas de Campinas) acusados por moradores de uma favela do Jardim Anchieta, periferia de Campinas (95 kma noroeste de São Paulo), de matar dois rapazes em uma ação na terça-feira da semana passada foram presos anteontem, no Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo.
O pedido de prisão foi feito pelo presidente do IPM (Inquérito Policial Militar) instaurado para apurar qual versão é a verdadeira _a dos PMs ou a dos moradores.
A solicitação foi aceita pelo TJM (Tribunal de Justiça Militar) no final da tarde de ontem.
Os moradores do bairro e os familiares de Willian Douglas Santos, 20, e Fabrício Francisco da Conceição, 24, que morreram após terem sido baleados pelos PMs, acusam os policiais de terem matado os rapazes após eles já estarem no carro da PM.
Na versão apresentada pelos policiais no boletim de ocorrência registrado no plantão do 5º Distrito Policial, a PM foi até o bairro para atender a uma ocorrência de tráfico de drogas e foram recebidos a tiros. Só então dispararam contra os suspeitos.
Segundo moradores, o tiroteio durou mais de meia hora e deixou marcas em diversas casas do Jardim Anchieta.
O nome do policial militar que preside o inquérito não foi divulgado pela assessoria de imprensa da PM, pois prejudicaria as investigações. A identidade dos PMs presos também não foi revelada.
Os policiais militares ficarão detidos por cinco dias. O prazo da prisão pode ser prorrogado, dependendo do andamento do inquérito, segundo a assessoria.
O prazo para a conclusão do inquérito, que também pode ser prorrogado, é de 30 dias.
Ainda conforme a assessoria de imprensa da PM, o corregedor da corporação, coronel Paulo César Máximo, não vai se pronunciar sobre as investigações, pois a apuração do caso é sigilosa.
Outra vítima
Além dos dois rapazes assassinados, uma terceira pessoa afirma ter sido baleada pela PM na noite do tiroteio.
A.F.C., 24, foi atendido no pronto-socorro do hospital Celso Pierro, da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas, momentos antes de os dois rapazes serem levados pela PM à unidade de saúde. Segundo C., ele foi levado por um irmão até o hospital. "Essa foi a minha sorte", disse.
A assessoria de imprensa do Celso Pierro confirmou que C. foi atendido na noite de terça-feira da semana passada, vítima do tiroteio no Jardim Anchieta.
A vítima foi baleada no abdome, ficou internada por cinco dias e deixou o hospital no último sábado.
Entretanto, o nome do rapaz não consta no boletim de ocorrência apresentado pelos PMs no plantão da Polícia Civil.
"Se isso [a ausência de C. na ocorrência] realmente for comprovado, há algum erro e será apurado", disse o delegado do 2º Distrito Policial de Campinas, Álvaro Santucci Noventa Júnior, que instaurou inquérito ontem para apurar o caso.
Noventa Júnior disse que a primeira medida será solicitar ao IC (Instituto de Criminalística) o laudo residuográfico das vítimas.
Com o laudo, a polícia poderá saber se os rapazes atiraram nos policiais. O delegado aguarda também o laudo do IML (Instituto Médico Legal) sobre as causas das mortes dos dois rapazes.
O Ministério Público Estadual ainda não havia designado, até a tarde de ontem, um promotor para acompanhar as investigações.
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