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03/08/2003
-
19h35
da Revista da Folha
João Paulo, 25, e Rodrigo, 21, namoram há três anos e moram com os pais em extremos opostos da cidade. Enquanto o plano de morar juntos não se concretiza, costumam se encontrar para jantar ou ir ao cinema. Foi o que fizeram no domingo passado, quando combinaram de se encontrar na entrada do shopping Frei Caneca a tempo de pegar a última sessão do Arteplex.
O shopping, conhecido como "Gay Caneca", é bastante frequentado por gays e lésbicas, que a qualquer momento do dia e da noite compõem boa parte do público dos cinemas, praça de alimentação e lojas.
Ao se cumprimentarem, trocaram um beijinho como sempre fazem. Naquele instante começaria um pesadelo que só terminaria no 4º Distrito Policial.
Segundo eles, no momento do beijo um segurança decidiu separá-los, justificando que manifestações de afeto eram proibidas entre pessoas do mesmo sexo naquele local. Perguntaram então se o mesmo se aplicava a casais heterossexuais. O segurança respondeu que "aí seria diferente".
Naquele instante, outros seguranças cercaram os rapazes, e o responsável pela administração confirmou a eles que aquela era a política estabelecida pela direção.
Segundo a assessoria de imprensa do shopping, não houve discriminação, tampouco abuso por parte dos seguranças, já que o procedimento adotado seria o mesmo para o caso de beijos "muito intensos" entre casais heterossexuais nas dependências do shopping.
João e Rodrigo deram entrada em ação indenizatória por danos morais e pretendem usar a lei estadual 667/2000, que prevê multa a estabelecimentos comerciais em caso de comprovada discriminação.
Para protestar contra o preconceito, grupos gays da capital estão convocando para hoje um "beijaço" na praça de alimentação do shopping (r. Frei Caneca, 569).
O beijaço consiste em vários casais de gays e lésbicas se beijando ao mesmo tempo em locais que registrem casos de discriminação devido à orientação sexual dos seus frequentadores.
De nada vale um milhão de pessoas na Parada do Orgulho Gay se vergonhas como esta continuarem a acontecer impunemente.
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Artigo - André Fischer: Beijaço no shopping
ANDRÉ FISCHERda Revista da Folha
João Paulo, 25, e Rodrigo, 21, namoram há três anos e moram com os pais em extremos opostos da cidade. Enquanto o plano de morar juntos não se concretiza, costumam se encontrar para jantar ou ir ao cinema. Foi o que fizeram no domingo passado, quando combinaram de se encontrar na entrada do shopping Frei Caneca a tempo de pegar a última sessão do Arteplex.
O shopping, conhecido como "Gay Caneca", é bastante frequentado por gays e lésbicas, que a qualquer momento do dia e da noite compõem boa parte do público dos cinemas, praça de alimentação e lojas.
Jorge Araújo/Folha Imagem |
"Beijaço" acontece ao som de Kiss e Beijinho Doce |
Ao se cumprimentarem, trocaram um beijinho como sempre fazem. Naquele instante começaria um pesadelo que só terminaria no 4º Distrito Policial.
Segundo eles, no momento do beijo um segurança decidiu separá-los, justificando que manifestações de afeto eram proibidas entre pessoas do mesmo sexo naquele local. Perguntaram então se o mesmo se aplicava a casais heterossexuais. O segurança respondeu que "aí seria diferente".
Naquele instante, outros seguranças cercaram os rapazes, e o responsável pela administração confirmou a eles que aquela era a política estabelecida pela direção.
Segundo a assessoria de imprensa do shopping, não houve discriminação, tampouco abuso por parte dos seguranças, já que o procedimento adotado seria o mesmo para o caso de beijos "muito intensos" entre casais heterossexuais nas dependências do shopping.
João e Rodrigo deram entrada em ação indenizatória por danos morais e pretendem usar a lei estadual 667/2000, que prevê multa a estabelecimentos comerciais em caso de comprovada discriminação.
Para protestar contra o preconceito, grupos gays da capital estão convocando para hoje um "beijaço" na praça de alimentação do shopping (r. Frei Caneca, 569).
O beijaço consiste em vários casais de gays e lésbicas se beijando ao mesmo tempo em locais que registrem casos de discriminação devido à orientação sexual dos seus frequentadores.
De nada vale um milhão de pessoas na Parada do Orgulho Gay se vergonhas como esta continuarem a acontecer impunemente.
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