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21/10/2003 - 21h55

Igrejinha da Pampulha (MG) será novamente recuperada

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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

Depois de oito anos da última obra de recuperação, a igreja de São Francisco de Assis, ou igrejinha da Pampulha, em Belo Horizonte, tombada pelo patrimônio histórico nacional, terá de passar novamente por reformas. O lado externo da igreja está deteriorado.

A prefeitura da capital mineira já incluiu a igreja no projeto de recuperação em execução do complexo da lagoa da Pampulha --apesar de ela pertencer à Arquidiocese de Belo Horizonte. Há três anos que o problema da igrejinha, obra do arquiteto Oscar Niemeyer, está sendo estudado.

Segundo Maria Cristina Rodrigues, secretária da Coordenação Regional da Pampulha, o problema está no revestimento que compõe o lado externo da igreja, que apresenta inúmeras rachaduras e trincas. Além disso, as pastilhas e azulejos se soltam com facilidade.

Uma empresa de engenharia que venceu a licitação para estudar os problemas e apresentar uma solução, segundo a secretária, apontou que o revestimento usado na igreja é composto de seis materiais distintos. E cada um reage de forma diferente às intempéries. Por isso, a cada inverno e verão mais trincas aparecem e mais pastilhas se soltam.

A solução será fazer uma espécie de raspagem desse material e colocar um novo revestimento, com apenas um tipo de material. "Mas a estrutura está em perfeito estado. Ainda neste ano esperamos começar a obra."

A Arquidiocese de Belo Horizonte já avisou que não dispõe de recursos para realizar a reforma. Por isso a prefeitura assumiu o projeto de recuperação e negocia os R$ 700 mil necessários com a iniciativa privada. Os entendimentos estão avançados, disse a secretária.

Apesar dos problemas com o passar dos anos, a obra de Niemeyer, inaugurada em 1944, mantém o requinte dos afrescos, azulejos e quadros pintados por Cândido Portinari (1903-1962).

A igrejinha compõe o projeto de Niemeyer para a Pampulha, a pedido do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek. Mas só 14 anos após a inauguração aconteceu a sagração da igreja pela arquidiocese, que se recuou a benzê-la por causa da liberdade de criação de Portinari, que representou um São Francisco irrealista e de mãos desproporcionais.

Jornalistas da época chamaram a atenção para a forma da igreja refletida na lagoa: ela lembraria a foice e o martelo do comunismo, movimento político ao qual Niemeyer sempre esteve vinculado.
 

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