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12/11/2003 - 09h23

Polícia procura terceiro suspeito de matar casal em São Paulo

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da Folha Online

A Polícia Civil procura um terceiro suspeito, conhecido como "Pernambuco", de ter participado do assassinato dos estudantes Liana Friedenbach, 16, e Felipe Silva Caffé, 19, na região de Embu-Guaçu, divisa com Juquitiba, na Grande São Paulo.

Estão detidos R.A.C., 16, e um caseiro conhecido como Aguinaldo. Os dois deverão passar por uma acareação na tarde desta quarta-feira, já que Aguinaldo, apontado pelo adolescente como envolvido, nega as acusações.

Liana e Caffé estavam desaparecidos desde o último dia 31, quando foram acampar em um sítio abandonado em Embu-Guaçu. Os corpos foram encontrados na última segunda-feira. O rapaz foi morto a tiro e Liana, a facadas.


J.Patrício/Folha Imagem
Policial mostra local onde corpo de Liana foi encontrado
Motivação

A polícia afirma, de acordo com a versão de R.A.C., que o casal seria vítima de um assalto. Como estavam sem dinheiro, no local do acampamento, as vítimas foram levadas para uma casa localizada em um sítio da região, que serviu como uma espécie de cativeiro. Liana teria insinuado pertencer a uma família "de posses", despertando nos criminosos um plano de sequestro.

Caffé teria sido morto no dia 2, a tiros. Liana foi poupada por mais alguns dias, disse R.A.C. Teria sido morta no dia 5. O plano de pedir resgate à família de Liana teria falhado, resultando na morte da estudante. A família da estudante não recebeu nenhum pedido de resgate.

As datas das mortes relatadas por R.A.C. e as divulgadas pelo IML (Instituto Médico Legal) não batem. Segundo o IML, Caffé foi assassinado na última quinta-feira e Liana, no domingo.

Envolvimento

O depoimento do adolescente foi considerado "confuso" pelos policiais. R.A.C. disse que Pernambuco realizaria serviços de pintura na região quando saiu para caçar, no dia 1º, e encontrou o adolescente. Os dois avistaram o casal e resolveram retornar em outro horário para praticar o assalto.

Reprodução
Os estudantes Felipe e Liana
Pernambuco, que estaria armado com uma espingarda e uma pistola 380, teria abandonado os outros criminosos a partir do assassinato de Caffé. De acordo com depoimento de R.A.C., Pernambuco é magro, alto, tem cabelo castanho claro, é forte e tem entre 30 e 40 anos. Ele seria morador da zona sul de São Paulo. A polícia foi até a casa dele, mas não encontrou ninguém.

Já a participação de Aguinaldo no crime teria começado na tarde do dia 1º, quando recebeu os namorados em sua casa. Ele tem cerca de 40 anos e seria o caseiro da chácara para onde o casal foi levado. Detido como suspeito, ele não teve o nome completo divulgado pela polícia.

Medo

Segundo o adolescente detido, Liana não viu o namorado ser assassinado, apesar de ter ficado nas proximidades. "Ela no mínimo viu o companheiro ser levado e ouviu os tiros", disse o delegado Silvio Balangio Júnior, da Delegacia Seccional de Taboão da Serra, que participa das investigações do crime. Mas há a possibilidade da estudante ter presenciado o assassinato, devido ao seu comportamento de medo e submissão relatado pelo adolescente.

A polícia ainda não sabe se Liana passou todas as noites na casa ou se ficou na mata. O adolescente disse que eles caminhavam horas no meio da mata fechada, à noite. Amedrontada por R.A.C., ela teria inclusive ido pescar com o adolescente.

De acordo com a polícia, a garota, possivelmente, foi "molestada". No entanto, peritos disseram, em análise preliminar, que não há vestígios de que tenha ocorrido violência sexual. Os resultados dos exames mostrarão se ela foi ou não estuprada.

Viagem

Os estudantes mentiram sobre a viagem para os pais. Liana havia dito que iria para Ilhabela, no litoral, com um grupo de jovens da comunidade israelita. A família de Caffé disse que sabia que o rapaz iria acampar, mas acreditava que ele estaria com amigos.

Os pais descobriram a mentira dois dias depois de os estudantes viajarem, porque eles não retornavam para casa. Para chegar ao sítio, o casal pegou um ônibus para Embu-Guaçu, em uma viagem de cerca de duas horas. Na cidade, compraram miojo, água, biscoitos e leite em pó.

De lá, pegaram um outro ônibus para Santa Rita, um lugarejo perto do sítio abandonado. Os estudantes ainda andaram 4,5 km a pé até o local em que acamparam, sob um telhado caindo aos pedaços.

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