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24/11/2003 - 10h38

Entenda o caso dos namorados assassinados em São Paulo

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da Folha Online

Os estudantes Liana Friedenbach, 16, e Felipe Silva Caffé, 19, foram assassinados na região de Embu-Guaçu, na Grande São Paulo. Eles foram rendidos pelos criminosos enquanto acampavam em um sítio abandonado.

O casal mentiu sobre a viagem para os pais. Liana havia dito que iria para Ilhabela, no litoral, com um grupo de jovens da comunidade israelita. A família de Felipe disse que sabia que o rapaz iria acampar, mas acreditava que ele estaria com amigos.

Os namorados teriam passado a madrugada do último dia 31 sob o vão livre do Masp, na avenida Paulista. Teriam ficado no local até as 5h do dia 1º, quando chegaram ao terminal rodoviário do Tietê (zona norte da capital paulista).

Liana e Felipe desembarcaram em Embu-Guaçu por volta das 9h. Na cidade, compraram miojo, água, biscoitos e leite em pó. De lá, pegaram um outro ônibus para Santa Rita, um lugarejo perto do sítio abandonado. Os estudantes ainda andaram 4,5 km a pé até o local em que acamparam, sob um telhado caindo aos pedaços.

Cinco pessoas foram detidas sob acusação de envolvimento no crime: um adolescente de 16 anos, Paulo César da Silva Marques, 32, conhecido como Pernambuco, Antonio Matias de Barros, 48, Antônio Caitano Silva, 50, e Aguinaldo Pires, 41.

Veja a cronologia do crime, segundo a polícia:

Dia 1º

- O adolescente e Pernambuco saíram para caçar, pela manhã, e avistaram os namorados.

- O casal foi abordado à tarde. O objetivo inicial dos criminosos seria assaltar os estudantes. No entanto, ao perceberem que estavam sem dinheiro, teriam optado pelo sequestro.

- Os estudantes foram levados para um sítio da região, que serviria como cativeiro. Sem a presença do caseiro, os criminosos decidiram levar os estudantes para a casa de um amigo, na mesma região, que também estava vazia.

- Liana disse pertencer a uma família rica e propôs a solicitação de um resgate em troca da libertação do casal.

- À noite, Pernambuco violentou Liana, enquanto Felipe permaneceu em outro quarto. No mesmo dia, o adolescente decidiu matar o estudante.

Dia 2

- Os estudantes foram obrigados a caminhar por uma trilha. Enquanto Felipe seguiu com Pernambuco, o adolescente ficou com Liana na mata. Felipe foi assassinado nas proximidades de um barranco, com um tiro na nuca. Liana, segundo o adolescente, não viu o namorado ser morto, mas ouviu o tiro. Ela perguntou pelo namorado, mas Pernambuco disse que ele havia sido libertado. Pernambuco fugiu após o crime.

- Liana permaneceu em poder do adolescente, mas nenhum pedido de resgate foi feito à família.

- O pai de Liana descobriu que ela havia viajado com Felipe.

Dia 3

- Sob suspeita de que os jovens haviam se perdido na mata, o COE (Comando de Operações Especiais) iniciou as buscas. O local do acampamento foi descoberto no mesmo dia. Além da barraca, as roupas dos estudantes, a carteira e o celular de Liana foram localizados.

- Antônio Caitano Silva, dono do casa onde o adolescente permanecia com Liana, chegou com um amigo --Agnaldo Pires. O adolescente apresentou Liana como sua namorada e ofereceu a menina para os colegas. Ela foi violentada por Agnaldo Pires, diz a polícia.

- Silva, Pires, o adolescente e Liana seguiram para a casa de Antonio Matias de Barros --dono da primeira casa que serviria de cativeiro-- e foram pescar.

- No fim da tarde, um irmão do adolescente foi até a casa de Barros. Ele procurava o irmão porque a mãe estava preocupada com seu desaparecimento e comentou que muitos policiais estavam na região. Liana foi, mais uma vez, apresentada como namorada do adolescente.

- Com a aproximação da polícia, o adolescente decidiu matar Liana. No entanto, ele disse aos amigos que levaria a garota até a rodoviária.

Dia 5

- Liana foi assassinada a facadas pelo adolescente, em uma área de mata fechada. O crime teria ocorrido durante a madrugada.
 

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