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05/02/2004
-
21h30
LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador
Armado com um revólver 38, um estudante de 17 anos provocou pânico na cidade de Remanso (700 km de Salvador) na noite desta quarta-feira (4). Ele é acusado de matar duas pessoas e ferir outras duas.
Preso em flagrante, o estudante disse, em depoimento, ser simpatizante dos terroristas islâmicos --chegou a citar Osama bin Laden em seu depoimento-- e que sua intenção era matar "pelo menos cem pessoas".
O ataque de fúria do estudante começou às 19h. Ele pagou R$ 2 para um motoboy o levar ao centro da cidade, que tem, segundo dados do Censo 2000, cerca de 36 mil habitantes e é uma das mais atingidas pelas chuvas que atingem a Bahia há quase um mês.
No centro, atirou na primeira pessoa que viu pela frente, o também estudante Farlley Bastos Almeida, 13. Atingido no peito e na cabeça, Almeida morreu na hora.
Em seguida, com a arma apontada para a cabeça do motoboy, exigiu que ele o levasse até a única escola de informática do município. Às 19h30, com a arma escondida sob uma camisa folgada, o estudante subiu os 18 degraus que dão acesso à escola e começou a atirar. Àquela hora, 23 pessoas estavam dentro da escola.
Atingida no peito, Ana Paula Feitosa de Almeida, 23, aluna da escola, morreu na hora. Outras duas pessoas foram feridas com gravidade --Francisca Alves Rodrigues, 40 (funcionária da unidade) e Maria Dulce Ribeiro Silva, 28 (aluna). As duas continuavam internadas até a tarde desta quinta-feira.
Temendo ser atingida, a estudante Mayanne Santos, 24, pulou de uma janela, a uma altura de três metros. Na queda, sofreu fratura exposta na perna.
Depois de descarregar o revólver dentro da escola de informática --três computadores e duas impressoras também foram destruídos--, o rapaz foi dominado por dois alunos. Às 20h10, avisados pelo motoboy que o transportou até a escola de informática, cinco policiais chegaram ao local e prenderam o adolescente.
Terrorista
Depois de passar a noite isolado em uma cela, o estudante apresentou ao delegado Reginaldo César Cabral de Lima, 30, uma carta. "No texto, ele se considera um terrorista brasileiro, disposto a matar muita gente para ficar na história", disse o delegado. Segundo Lima, o estudante também afirmou que estava disposto a se matar, após cometer os crimes.
Em seu depoimento à PM, o estudante contou também que era uma "pessoa isolada e não tinha relações sociais". "Não tenho nenhum arrependimento do que fiz", disse o estudante, que está matriculado no 3º ano do ensino médio em uma escola pública.
Na tarde desta quinta-feira a advogada Maria Teresa Figueiredo, 40, responsável pela defesa do estudante, não quis comentar o caso. "Antes de falar qualquer coisa, quero analisar o depoimento e conversar com o meu cliente."
O delegado Lima disse que o estudante vai continuar detido em uma cela individual. Por ser menor, deve responder a processo com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que prevê pena máxima de três anos de internamento.
Segundo Lima, o inquérito deverá ser concluído até o final da próxima semana. "Depois, o estudante já estará à disposição do Ministério Público."
De acordo com a PM, até matar duas pessoas e ferir outras duas o estudante tinha um comportamento normal. "Ele sempre foi muito introvertido, só isso", disse o delegado.
Estudante que se diz terrorista é acusado de matar dois na Bahia
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da Agência Folha, em Salvador
Armado com um revólver 38, um estudante de 17 anos provocou pânico na cidade de Remanso (700 km de Salvador) na noite desta quarta-feira (4). Ele é acusado de matar duas pessoas e ferir outras duas.
Preso em flagrante, o estudante disse, em depoimento, ser simpatizante dos terroristas islâmicos --chegou a citar Osama bin Laden em seu depoimento-- e que sua intenção era matar "pelo menos cem pessoas".
O ataque de fúria do estudante começou às 19h. Ele pagou R$ 2 para um motoboy o levar ao centro da cidade, que tem, segundo dados do Censo 2000, cerca de 36 mil habitantes e é uma das mais atingidas pelas chuvas que atingem a Bahia há quase um mês.
No centro, atirou na primeira pessoa que viu pela frente, o também estudante Farlley Bastos Almeida, 13. Atingido no peito e na cabeça, Almeida morreu na hora.
Em seguida, com a arma apontada para a cabeça do motoboy, exigiu que ele o levasse até a única escola de informática do município. Às 19h30, com a arma escondida sob uma camisa folgada, o estudante subiu os 18 degraus que dão acesso à escola e começou a atirar. Àquela hora, 23 pessoas estavam dentro da escola.
Atingida no peito, Ana Paula Feitosa de Almeida, 23, aluna da escola, morreu na hora. Outras duas pessoas foram feridas com gravidade --Francisca Alves Rodrigues, 40 (funcionária da unidade) e Maria Dulce Ribeiro Silva, 28 (aluna). As duas continuavam internadas até a tarde desta quinta-feira.
Temendo ser atingida, a estudante Mayanne Santos, 24, pulou de uma janela, a uma altura de três metros. Na queda, sofreu fratura exposta na perna.
Depois de descarregar o revólver dentro da escola de informática --três computadores e duas impressoras também foram destruídos--, o rapaz foi dominado por dois alunos. Às 20h10, avisados pelo motoboy que o transportou até a escola de informática, cinco policiais chegaram ao local e prenderam o adolescente.
Terrorista
Depois de passar a noite isolado em uma cela, o estudante apresentou ao delegado Reginaldo César Cabral de Lima, 30, uma carta. "No texto, ele se considera um terrorista brasileiro, disposto a matar muita gente para ficar na história", disse o delegado. Segundo Lima, o estudante também afirmou que estava disposto a se matar, após cometer os crimes.
Em seu depoimento à PM, o estudante contou também que era uma "pessoa isolada e não tinha relações sociais". "Não tenho nenhum arrependimento do que fiz", disse o estudante, que está matriculado no 3º ano do ensino médio em uma escola pública.
Na tarde desta quinta-feira a advogada Maria Teresa Figueiredo, 40, responsável pela defesa do estudante, não quis comentar o caso. "Antes de falar qualquer coisa, quero analisar o depoimento e conversar com o meu cliente."
O delegado Lima disse que o estudante vai continuar detido em uma cela individual. Por ser menor, deve responder a processo com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que prevê pena máxima de três anos de internamento.
Segundo Lima, o inquérito deverá ser concluído até o final da próxima semana. "Depois, o estudante já estará à disposição do Ministério Público."
De acordo com a PM, até matar duas pessoas e ferir outras duas o estudante tinha um comportamento normal. "Ele sempre foi muito introvertido, só isso", disse o delegado.
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