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27/02/2004 - 20h03

Sobe para 59 o número de animais mortos no Zoológico de São Paulo

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da Folha Online

Com a morte de mais três porcos-espinhos, subiu para 59 o número de animais mortos por envenenamento no Zoológico de São Paulo desde o dia 24 de janeiro.

As novas mortes já eram esperadas pela direção do parque, que, nesta quinta-feira (26), havia anunciado que seis porcos-espinhos estavam debilitados.

Exames toxicológicos realizados em 56 animais apontaram o fluoracetato de sódio --substância proibida no país-- como a causa da morte. Depois de envenenados pela substância, animais podem sobreviver por até 12 dias.

Há a suspeita de que outros cinco animais, que ainda não passaram por perícia, também tenham sido envenenados. Os exames foram realizados no Centro de Toxicologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu.

A direção do zoológico e a polícia não acreditam em envenenamento acidental.

A maioria dos animais envenenados --sendo 40 porcos-espinhos-- não estava em exposição ao público, mas em uma área restrita do parque, o que eleva a suspeita de que funcionários teriam provocado as mortes.

Além dos porcos-espinhos, morreram três chimpanzés, três antas, quatro dromedários, uma elefanta, um bisão, um orangotango, dois macacos caiarara, quatro micos-leões-dourados.

Rotina

A direção do zoológico mudou a forma de tratamento aos animais para tentar impedir novos casos de envenenamento no parque. A segurança também foi reforçada.

A rotina de alimentação dos bichos foi alterada desde a semana passada. Todo o caminho percorrido pelos alimentos, desde a preparação até a colocação nos recintos dos animais é fiscalizada e passa por protocolos.

De acordo com Paulo Bressan, diretor da Fundação Parque Zoológico, para garantir a integridade dos animais passou-se a exigir um "duplo controle". "Os funcionários trabalham sempre em dupla. Um controla o outro. Em razão disso, acreditamos ter quebrado um ciclo lógico, mas não vamos baixar a guarda", disse.

Polícia

A polícia já ouviu 25 pessoas sobre o caso. De acordo com o delegado Clóvis Ferreira de Araújo, chefe da unidade de inteligência do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), 40 pessoas são consideradas suspeitas. Cinco delas estão sendo investigadas "com mais ênfase", segundo ele.

A direção do parque afastou 16 funcionários, todos ligados à área de alimentação dos animais.

Animais

O secretário da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado, João Carlos de Souza Meirelles, disse nesta sexta-feira que o governo paulista irá repor todos os animais mortos. Segundo ele, deverão ser realizadas permutas com outros parques. O zoológico possui atualmente cerca de 3.700 animais, de acordo com informações do governo do Estado.

Meirelles disse que o Zoológico de São Paulo é um dos maiores do mundo e recebe cerca de 1,5 milhão de pessoas por ano. "Pedimos solidariedade à população para que visite o zôo, em especial neste momento, pois estamos todos chocados [com as mortes]", afirmou. "Visita ao zôo é a melhor resposta".

A média mundial de mortes em zoológicos, segundo Paulo Bressan, diretor do Zôo de São Paulo, varia de 15% a 20% ao ano. Somente neste ano, das 121 mortes registradas, 59 são conseqüência do envenenamento.

De acordo com informações do governo do Estado, no ano passado morreram 634 dos 3.863 animais do zoológico. Em 2002 morreram 625 dos 4.195 animais.

Porcos-espinhos

Os 40 porcos-espinhos mortos por envenenamento integravam um lote de animais que seriam levados a leilão em março ou abril, junto com antílopes africanos e cisnes.

A morte de animais considerados estratégicos e prestes a serem leiloados é, para o zoológico, um indício de envolvimento de alguém que tem informações sobre a instituição e que pretende causar prejuízos a ela.

Com Folha de S.Paulo

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