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21/05/2004
-
20h40
MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio
A Rocinha parou na tarde desta sexta-feira para assistir à cantora Fafá de Belém, que cantou o Hino Nacional e participou de um panelaço pela paz no alto da laje de uma casa na localidade conhecida como Valão, na parte baixa da favela, em São Conrado (zona sul).
A aglomeração na casa foi tão grande que os organizadores do show temiam que a laje desabasse. No final, tudo deu certo. A apresentação, parte do evento Rocinha é +, foi planejada pelo Fórum Dois Irmãos, criado por associações de moradores da Rocinha e de bairros vizinhos depois dos confrontos iniciados na Semana Santa, que já deixaram 14 mortos.
Fafá, que se disse emocionada, pediu o fim da violência na Rocinha e lembrou dos comícios pelas eleições diretas, em 1984, quando também cantou o Hino Nacional. "Naquela época, eu cantei o hino para pedir democracia. Hoje, a motivação é diferente. Quero o resgate da cidadania."
Segundo a cantora, a manifestação pela paz na Rocinha precisa se espalhar por todo o Brasil. "Temos que nos unir contra a violência, não só a violência armada, mas também a corrupção."
Do alto de suas casas, os moradores desfraldaram bandeiras brancas simbolizando a paz e cantaram o hino junto com Fafá. Balões de gás nas cores verde e amarelo foram soltos. Segundo o Censo 2000, a Rocinha tem cerca de 60 mil moradores.
Além do show de Fafá de Belém, houve apresentações do grupo teatral Roça, Caça e Cultura e de conjuntos de pagode, além de grafiteiros. A chuva não afastou o público.
Durante o evento, o presidente da União Pró-Melhoramentos dos Moradores da Rocinha, William Oliveira, disse que a polícia é uma das responsáveis pela violência na favela. Segundo ele, os policiais agridem moradores e invadem casas.
Ocupação Social
Ao mesmo tempo em que era realizado o evento na Rocinha, o governo estadual anunciava um plano de "ocupação social" na comunidade.
O projeto prevê a instalação de uma agência de desenvolvimento local, que oferecerá aos moradores serviços dos principais órgãos do Estado. Entre eles, cursos supletivos, de alfabetização de adultos, de informática, de pré-vestibular social e de hotelaria.
O governo pretende criar ainda uma escolinha de futebol e implantar o projeto Leite Saúde, que hoje atende a 100 mil crianças de 2 a 12 anos de idade, fornecendo mensalmente 2 kg de leite em pó. Outras idéias são a instalação de uma biblioteca e de uma agência do Sine (Sistema Nacional de Emprego).
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Show de Fafá de Belém mobiliza moradores na favela da Rocinha
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da Folha de S.Paulo, no Rio
A Rocinha parou na tarde desta sexta-feira para assistir à cantora Fafá de Belém, que cantou o Hino Nacional e participou de um panelaço pela paz no alto da laje de uma casa na localidade conhecida como Valão, na parte baixa da favela, em São Conrado (zona sul).
A aglomeração na casa foi tão grande que os organizadores do show temiam que a laje desabasse. No final, tudo deu certo. A apresentação, parte do evento Rocinha é +, foi planejada pelo Fórum Dois Irmãos, criado por associações de moradores da Rocinha e de bairros vizinhos depois dos confrontos iniciados na Semana Santa, que já deixaram 14 mortos.
Fafá, que se disse emocionada, pediu o fim da violência na Rocinha e lembrou dos comícios pelas eleições diretas, em 1984, quando também cantou o Hino Nacional. "Naquela época, eu cantei o hino para pedir democracia. Hoje, a motivação é diferente. Quero o resgate da cidadania."
Segundo a cantora, a manifestação pela paz na Rocinha precisa se espalhar por todo o Brasil. "Temos que nos unir contra a violência, não só a violência armada, mas também a corrupção."
Do alto de suas casas, os moradores desfraldaram bandeiras brancas simbolizando a paz e cantaram o hino junto com Fafá. Balões de gás nas cores verde e amarelo foram soltos. Segundo o Censo 2000, a Rocinha tem cerca de 60 mil moradores.
Além do show de Fafá de Belém, houve apresentações do grupo teatral Roça, Caça e Cultura e de conjuntos de pagode, além de grafiteiros. A chuva não afastou o público.
Durante o evento, o presidente da União Pró-Melhoramentos dos Moradores da Rocinha, William Oliveira, disse que a polícia é uma das responsáveis pela violência na favela. Segundo ele, os policiais agridem moradores e invadem casas.
Ocupação Social
Ao mesmo tempo em que era realizado o evento na Rocinha, o governo estadual anunciava um plano de "ocupação social" na comunidade.
O projeto prevê a instalação de uma agência de desenvolvimento local, que oferecerá aos moradores serviços dos principais órgãos do Estado. Entre eles, cursos supletivos, de alfabetização de adultos, de informática, de pré-vestibular social e de hotelaria.
O governo pretende criar ainda uma escolinha de futebol e implantar o projeto Leite Saúde, que hoje atende a 100 mil crianças de 2 a 12 anos de idade, fornecendo mensalmente 2 kg de leite em pó. Outras idéias são a instalação de uma biblioteca e de uma agência do Sine (Sistema Nacional de Emprego).
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