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24/05/2004 - 07h53

Tucanos articulam resposta ao bilhete único

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da Folha de S.Paulo

Se os petistas exaltam as vantagens do bilhete único como uma de suas vitrines para a campanha de Marta Suplicy, os tucanos também já têm um discurso afinado para a campanha de José Serra à Prefeitura de São Paulo: a orientação é lembrar que os deslocamentos livres por uma tarifa única já existem há quatro anos no sistema de metrô e trem, tendo sido um projeto de Covas/Alckmin.

O argumento é uma referência à integração entre a malha de 270 km da CPTM e de 57,6 km do Metrô, possibilitando transferências gratuitas em algumas estações, algo que deverá ser ampliado com a entrega, às vésperas das eleições, do projeto Integração Centro --que interligará as seis linhas de trem à linha 1-azul e à futura linha 4-amarela da rede metroviária.

Essa resposta é uma forma de contornar as críticas à demora na implantação do Metropass, um cartão magnético que será um tipo de bilhete único do Estado para a rede de metrô, trem e ônibus intermunicipais --podendo ser usado ainda como um cartão de crédito para pequenas compras.

"Eles estão tentando fazer há uns dez anos", afirmou na última semana Jilmar Tatto, secretário dos Transportes de Marta Suplicy.

O secretário dos Transportes Metropolitanos da gestão Alckmin, Jurandir Fernandes, nega esse tempo --"ele começou a ser pensado faz oito anos"-- e alega que a prefeitura conseguiu fazer seu sistema antes porque os equipamentos puderam ser adquiridos por operadores privados (viações e perueiros), sem a necessidade de licitação --enquanto a rede sobre trilhos é operada diretamente pelo poder público.

"Poderia ter nascido junto, mas a prefeitura teve essas facilidades. Foi a diferença", afirma.

O cronograma de implantação do Metropass, que permitirá a aceitação do bilhete único, indica que essa integração entre os dois sistemas não será colocada totalmente em prática antes de setembro de 2006 --embora estejam previsto os primeiros testes a partir de agosto de 2005.

O projeto prevê a concessão à iniciativa privada, por 20 anos, de um percentual da arrecadação do transporte metropolitano, em troca dos investimentos de R$ 150 milhões nesse cartão magnético.

Essa condição, pela qual não haverá custos ao Estado, é uma das alegações de Fernandes para não querer gastar R$ 14 milhões numa adaptação que permitiria a integração imediata do bilhete único --ele também alega que não há disponibilidade de recursos e que, mesmo se houvesse, teria de lançar uma concorrência para a compra dos equipamentos, cujo término poderia coincidir com a implantação do Metropass.

Os técnicos da gestão Marta alegam que esse custo poderia ser reduzido caso o Estado fizesse a adaptação só nas estações principais, com maiores índices de integração. "Estudamos alternativas mais baratas que poderiam representar 40% do valor inicial", afirma José Aécio de Sousa, gerente da SPTrans (empresa municipal que cuida do transporte coletivo).

"Já houve um custo inicial da gente no desenvolvimento da tecnologia e para fazer os testes, que mostraram a viabilidade técnica", reforça Cláudio Roberto Teixeira Gomes, diretor-adjunto de tecnologia da informação do órgão.

Fernandes rebate a necessidade de implantação imediata dos dois sistemas. "Eles estão tentando nos imputar uma deficiência que não é justa. Será uma etapa seguinte. Se fosse assim, eu poderia reclamar porque os ônibus não tinham validadores eletrônicos que existem no metrô desde os anos 70."
 

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