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LIVROS :: SÍTIO DO PICAPAU AMARELO
Um reino de aventuras
MÔNICA RODRIGUES DA COSTA
editora da Folhinha
| Reprodução |  | Ilustração de Voltino, o primeiro a ilustrar as obras
do escritor Monteiro Lobato |
O "Sítio do Picapau Amarelo", inventado por Monteiro Lobato, é o reino de aventuras mais famoso do Brasil. Lá vivem a Dona Benta, a Tia Nastácia, a boneca Emília e o Visconde de Sabugosa, boneco feito de sabugo de milho pela adorável cozinheira preta Nastácia, que também foi a "inventadeira" da boneca de pano falante. Até hoje essa turma faz reinações, muitas vezes encabeçadas por Emília, que tem uma torneirinha de asneiras de onde jorram idéias excelentes de travessuras diversas.
No sítio, tudo pode acontecer. Sacis nascem numa mata de bambus, e criaturas fantásticas aparecem para brincar -e somente brincar. Até Branca de Neve esteve lá, oferecendo um jantar maravilhoso para o Gato de Botas, no pomar de Dona Benta, com a presença de todos os personagens das fábulas, dos contos de fada e dos gibis.
Os convidados da festa chegaram em tapetes voadores, colocados à disposição das visitas pelos príncipes orientais. Havia mais de cem tipos de doce e uma infinidade de salgadinhos deliciosos.
Mas, no final, o jantar não deu muito certo, porque o Gato de Botas resolveu perseguir o rato Mickey, e acabou em confusão. Os sapatos de cristal da Gata Borralheira quebraram, e seu príncipe encantado ficou zangado. Para piorar, Emília soltou um monstro que tinha criado, o Pé Espalhado, e ele perseguiu todo mundo na festa.
Essa aventura está no livro "Histórias Diversas", que conta também histórias de fadas, ninfas e de um centaurinho, criatura metade homem e metade cavalo que foi trazida para os tempos modernos.
Viagem à Lua
As aventuras da turma do sítio estão contadas em vários livros. Em "Viagem ao Céu", Emília, Visconde de Sabugosa, Narizinho, Pedrinho e Burro Falante enganaram Tia Nastácia e lhe deram um pouco de pó de pirlimpimpim dizendo que era rapé. A velha cozinheira cheirou uma dose dupla do pó mágico e foi parar na Lua com as crianças e seus bonecos, numa das viagens mais deliciosas da literatura infantil.
Até hoje São Jorge mora na Lua com o dragão. O santo mostrou que o bichão era manso. Mesmo assim, Tia Nastácia ficou com medo, porque o dragão quis devorar o Burro Falante, que foi mandado de volta ao espaço com um bocado de pirlimpimpim.
Resultado: Tia Nastácia ficou fritando bolinhos para São Jorge enquanto a turma saiu pelo espaço para salvar o burro, do contrário Dona Benta ficaria aborrecidíssima.
Letras e números
Nas férias, Dona Benta conseguiu convencer Pedrinho a estudar gramática durante meia hora por dia. A boneca escutava a avó dele falar e teve uma idéia feliz, que fez Pedrinho pular de contentamento. Narizinho só não pulou porque estava com as mãos ocupadas: segurava uma peneira, pois ajudava Tia Nastácia.
No dia seguinte, os três e o Visconde montaram no rinoceronte Quindim -um grande gramático- e trotaram até um lugar esquisito, onde ouviram zumbidos engraçados. Era a cidade dos sons orais.
Depois eles visitaram cidades como Portugália -das palavras de língua portuguesa- e bairros como o das sílabas tônicas e de jovens palavras (neologismos). A turma aventurou-se até na casa do Verbo Ser, um velhinho que inventou tudo o que existe.
Visconde também teve uma idéia e resolveu criar um circo onde tudo era de faz-de-conta. No Grande Circo da Matemática -um verdadeiro país, na opinião do Visconde-, os algarismos arábicos eram malabaristas e os algarismos romanos eram velhos artistas.
| Reprodução |  | | Monteiro Lobato |
Conheça Monteiro Lobato
O paulista José Bento Monteiro Lobato (1882-1948) foi advogado, editor de livros e é considerado o mais importante autor brasileiro de literatura para crianças.
Nos anos 20, escreveu "A Menina do Narizinho Arrebitado" e, com este e o livro "Reinações de Narizinho", passaram a existir o mundo do sítio e sua turma.
Lobato adaptou ainda a lenda do Saci, recontou fábulas, contos de fada e a aventura de Dom Quixote e seu escudeiro, Sancho Pança, personagens do pai da língua espanhola, Miguel de Cervantes.
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