Excesso
de pesquisas de opinião empobrece processo eleitoral
Rodrigo Zavala
Equipe GD
Nunca
se viu tantas pesquisas de opinião como no atual processo
de sucessão presidencial. Todos os dias, jornais, rádios
e emissoras de televisão entopem o eleitor com mais
uma sondagem. Ora favorecendo um, ora outro candidato. O Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) já contabilizou 235 sondagens
realizadas desde o começo deste ano, quando foi instituída
a obrigação de registrá-las na Justiça
Eleitoral. Só na última semana, foram registradas
23 pesquisas.
As razões
apontadas para esse surto impensável é a de
que o futuro do modelo econômico está em jogo
nesta eleição. Como existem inúmeras
incertezas, nada mais natural que investidores e financiadores
de campanha, como também partidos políticos
e meios de comunicação estejam preocupados com
o futuro do país, ou então, com seus próprios
interesses.
No entanto,
a consequência direta para esse excesso de informação,
no mínimo duvidosa, é a cruel despolitização
do processo eleitoral. Como os institutos de pesquisas ganharam
uma evidência desproporcional e estão sendo usados
como estratégia política para induzir os eleitores,
o grau de desinformação da população
é completa.
Além
de não contribuir para esclarecer o eleitor, a avalanche
de estudos colocam o essencial - propostas e projetos coerentes
para elevar o debate e podermos, com isso, comparar candidatos
- à margem do processo eleitoral. Um fato inadmissível,
que nos mostra uma assustadora falta de ética na escolha
de nossos governantes. Isso, para não dizer que o país
convive amigavelmente com uma verdadeira baderna eleitoral.
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