Festa
e clima de campanha marcam Dia do Trabalho
Rodrigo
Zavala
Equipe GD
Nem a
renda em queda, nem o desemprego em alta - com tendência
de piora - fizeram o trabalhador brasileiro deixar de comemorar
o dia 1º de maio. Ao contrário do que ocorre em
outros países, em que o dia leva milhares de pessoas
às ruas para contestar políticas trabalhistas
que não agradam, por estas terras a música popular
fala mais alto. Até mesmo que os políticos,
os quais aproveitam a farra para fazer suas promessas eleitorais.
Durante
as comemorações, os pré-candidatos à
Presidência da República, Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PPS) aproveitaram os eventos
promovidos pelas centrais sindicais e, disputando espaço
com shows mais sorteios de carros e apartamentos, subiram
ao palanque
Um helicóptero
alugado pela CUT garantiu a presença de Lula nos quatro
eventos promovidos pelo braço sindical do PT no estado
de São Paulo. Sempre anunciado como ''o próximo
presidente do Brasil'', o petista criticou a política
econômica do governo e prometeu lutar pela criação
de empregos. A maratona começou com uma missa em São
Bernardo e terminou com um discurso em Santo André.
Mas, sem muitos sorteios, o quórum foi baixo.
Quem também
teve sorte foi o pré-candidato do PPS. Fez campanha
para 1,5 milhão de pessoas aproveitando o megashowmício
- orçado em R$2,5 milhões - da Força
Sindical na capital paulista. Subiu no mesmo palco em que
Ivete Sangalo, Wanessa Camargo e outros 38 artistas que se
apresentaram. Foi elogiado pelos líderes sindicais
e pediu aos brasileiros que analisem cada concorrente antes
de votar.
Podemos
dizer que o ambiente ficou um tanto polarizado. No mesmo horário,
José Serra (PSDB) fazia pré-campanha corpo-a-corpo
na Baixada Fluminense. Enquanto isso, o pré-candidato
Anthony Garotinho (PSB) inaugurava seu comitê de campanha
em Bauru (SP). ''Serei o Papai Noel do povo brasileiro'',
prometia tranquilamente, ao pior estilo populista.
Independente
das festas ou promessas inócuas, a comemoração
do Dia do Trabalho perdeu seu caráter reivindicatório
e de protesto. O desinteresse político mostrou sua
face mais cruel quando Lula foi vaiado no evento de São
Miguel Paulista, zona leste de São Paulo. Motivo? Ele
subiu no palanque na hora de um grupo pop nacional se apresentar.
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