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O peito alheio

Cristina Veiga
Equipe GD

Como se não tivessem mais nada o que fazer, os nossos grandes deputados resolveram se intrometer no físico alheio. Imagina que eles aprovaram um projeto restringindo o uso do silicone. É sério. Sabe aquele material que várias famosas como Joana Prado, Suzana Alves e Daniele Winits implantaram nos peitos? Pois é, esse mesmo. Agora não é assim: quero e ponho. Alguém perdeu seu precioso tempo elaborando um projeto de lei que limita o uso do silicone.

O pior é que vários outros parlamentares não só "gastaram" tempo discutindo o importantíssimo assunto como teve gente que fez um substitutivo ao projeto. É verdade que mais de 50 mil mulheres entraram em clínicas especializadas para tentar ficar com um ar mais vistoso. Também é verdade que outras cinco mil saíram dessas clínicas absolutamente frustradas por não terem conseguido sair com um manequim mais avantajado. Mas discutir o assunto no Congresso, tenha dó.

E dá-lhe perda de tempo. Como o projeto recebeu emenda, terá que voltar para nova votação na Câmara. Aprovado, o uso do produto ficará restrito a tratamentos terapêuticos. Os produtos serão registrados e fiscalizados pela vigilância sanitária. Olha que o uso indevido vai se tornar crime de lesão corporal. O que vai ter de clínica clandestina no país, não está escrito. Além de perda de tempo, os nossos parlamentares estão levando boa parte das mulheres brasileiras para a clandestinidade.

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Senado disciplina implante de silicone

Joana Prado, Suzana Alves e Daniele Winits deram o incentivo que faltava. Unidas, implantaram 600 ml de silicone nos seios - o equivalente a uma garrafa de refrigerante. O colo à mostra, a curvatura sensual se delineando em camisetas justas e bustiês atrevidos, alimentaram o mercado e atraíram seguidoras entre modelos, atrizes, jogadoras de vôlei e mulheres nem tão famosas. Nunca se fez tanto implante de silicone no Brasil como agora.

Até o início do ano passado, 50 mil delas entraram em clínicas especializadas para sair de lá exibindo perfis bem mais vistosos. No afã de atrair olhares e interesse masculinos, outro contingente igualmente assustador - mais de 5 mil - deixaram a mesa de operação frustradas. Foram burladas na vaidade e enganadas por profissionais despreparados para transformar silicone em beleza.

Ganharam defensores de peso. Deputados federais aprovaram projeto para restringir o uso do silicone injetável em homens e, principalmente, mulheres inconformados com as medidas da natureza. Hoje, o projeto será votado na Comissão de Assuntos Sociais do Senado. Não é o mesmo texto que saiu da Câmara. Ganhou um substitutivo do senador Sebastião Rocha (PDT-AP). Além de limitar o uso do produto, regulamenta as condições de uso do material em próteses e implantes.

Se os senadores avalizarem o texto, o projeto terá de passar por nova votação na Câmara. Aprovado, o uso do produto ficará restrito a tratamentos terapêuticos. Os produtos serão registrados e fiscalizados pela vigilância sanitária. O uso indevido vai se tornar crime de lesão corporal.

Mulheres, e homens, vão exibir formas delineadas à base de silicone líquido, em gel ou sólido. O primeiro, corrige pequenas falhas na pele, como os sulcos em torno da boca. Injetado em grandes quantidades, é absorvido, com o tempo, pelo organismo. O gel, envolto em cápsulas protetoras, avoluma seios e nádegas. O sólido é esculpido no formato desejado e usado em casos mais graves, por exemplo, em mulheres submetidas a mastectomia, a retirada total das mamas.

A busca pelo corpo perfeito pode custar caro e causar danos à saúde. Nada prova, cientificamente, que o silicone aumenta a incidência de doenças reumáticas ou a de câncer. Mas as próteses nem sempre correspondem aos sonhos. A cápsula pode romper, a prótese pode se deslocar. O corpo perfeito, no caso, fica assimétrico, a pele corre o risco de apresentar ondulações. Boa parte do especialistas não alertam as interessadas.

A brasiliense M.D.A, de 22 anos, não guarda boas lembranças da tentativa de aperfeiçoar as formas. Teve de se submeter a quatro cirurgias reparatórias. Em 2 de dezembro de 2000, implantou a prótese de silicone nos seios. Em fevereiro deste ano, quando voltou do Carnaval em Salvador, sentiu uma das mamas inchada. Submeteu-se a outra cirurgia em 2 de março. A prótese foi retirada e substituída por outra. Em 10 de abril, retirou uma das próteses, infectada por uma bactéria. Ficou sem ela por quatro meses até a última cirurgia. Ainda assim, não está satisfeita. ''Não ficou como imaginei.''

(Jornal do Brasil)

 

 
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