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TVs norte-americanas sofrem censura

Cristina Veiga
Equipe GD

As cinco grandes redes de televisão dos Estados Unidos não vão mais transmitir qualquer pronunciamento ao vivo do inimigo número um daquele país Osama bin Laden. Não porque elas tenham decidido, mas porque a Casa Branca assim pediu. Tanto as declarações do líder terrorista quanto as de qualquer outro representante do grupo que ele lidera, o al-Qaeda, serão editadas antes de entrar no ar. O argumento do governo norte-americano para pedir a censura para as transmissões é que pode haver alguma mensagem cifrada nas declarações.

"Esse pedido do governo é, na prática, uma forma delicada de censurar. Isso é desconfortável, mas compreensível. Bin Laden tem recursos e poderia usar as nossas ferramentas culturais como armas, sejam elas aviões ou as ondas de rádio e televisão", limitou-se a comentar Matthew Felling, do Center for Media and Public Affairs, uma ONG que monitora a imprensa americana. As TVs e o governo não informaram se futuras declarações de Bin Laden seriam filtradas por um agente do governo ou se isso caberia aos próprios editores dos noticiários.

"Na melhor das hipóteses isso é um foro para se transmitir propaganda pré-gravada e incitar pessoas a matar americanos. Na pior, essas transmissões poderiam conter sinais para os agentes de Bin Laden. A preocupação aqui é não permitir que terroristas recebam uma mensagem dele, convocando-os a novas ações", tentou justificar o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer. O fato é que as emissoras de TV aceitaram o "pedido" mesmo sabendo que a CIA, a agência central de inteligência, não detectou nada fora do comum, tanto nas palavras quanto nos gestos nos vídeos de Bin Laden e de seu porta-voz.

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Casa Branca incentiva censura na televisão

As cinco grandes redes de televisão dos Estados Unidos - ABC, CBS, CNN, Fox e NBC - decidiram atender o pedido feito ontem pela Casa Branca, para que não colocassem mais no ar, ao vivo, declarações de Osama bin Laden ou de qualquer porta-voz do seu grupo, o al-Qaeda, como tinham feito no domingo e na terça-feira.

Numa teleconferência da qual participaram os principais executivos daquelas empresas, a chefe do Conselho de Segurança Nacional, Condoleezza Rice, sugeriu que as transmissões feitas pela estação al-Jazeera, do Qatar, e captadas pelas americanas, sejam primeiramente analisadas "e possivelmente editadas" antes de irem ao ar.

O argumento do governo é que Bin Laden poderia estar utilizando suas aparições na TV para transmitir mensagens cifradas a seus seguidores em todo o mundo, segundo disse o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer.

"Na melhor das hipóteses isso é um foro para se transmitir propaganda pré-gravada e incitar pessoas a matar americanos. Na pior, essas transmissões poderiam conter sinais para os agentes de Bin Laden. A preocupação aqui é não permitir que terroristas recebam uma mensagem dele, convocando-os a novas ações", disse Fleischer.

Uma fonte oficial revelou que o governo, na verdade, apenas suspeitava das transmissões. Segundo esse funcionário, analistas da CIA, a agência central de inteligência, tinham estudado minuciosamente os vídeos de Bin Laden e de seu porta-voz, e não detectaram nada fora do comum - tanto em suas palavras quanto em seus gestos.

Mas, por via das dúvidas, a CIA disse à Casa Branca que seria ideal evitar que as mensagens fossem divulgadas abertamente, pois as próximas poderiam conter mensagens codificadas.

As TVs e o governo, porém, não informaram se futuras declarações de Bin Laden seriam filtradas por um agente do governo ou se isso caberia aos próprios editores dos noticiários. A Fox News foi a única empresa a comentar a censura, por meio de um curto comunicado: "Nós acreditamos que uma imprensa livre deve e pode sustentar a responsabilidade de não ser utilizada por aqueles que querem destruir a América e colocar em perigo a vida de seus cidadãos".

Matthew Felling, do Center for Media and Public Affairs, uma ONG que monitora a imprensa americana, comentou: "Esse pedido do governo é, na prática, uma forma delicada de censurar. Isso é desconfortável, mas compreensível. Bin Laden tem recursos, e poderia usar as nossas ferramentas culturais como armas, sejam elas aviões ou as ondas de rádio e televisão.

A medida interferiu diretamente nas atividades da TV al-Jazeera (a Ilha), que tem cobrado US$ 20 mil por cada minuto de vídeo com imagens de Bin Laden. Trata-se da única estação de notícias 24 horas no idioma árabe. Sediada no emirado do Qatar, ela ganhou notoriedade desde o início da guerra dos EUA contra Bin Laden por ser a única a ter acesso ao terrorista, além de manter um repórter no Afeganistão - a exemplo do que acontecera com a CNN, que durante a Guerra do Golfo era a única a ter uma equipe no Iraque.

Dias atrás, o secretário de Estado, Colin Powell, já havia conversado com o emir do Qatar - sócio minoritário daquela TV - pedindo que ele dissesse aos editores para "moderar o noticiário". Ao explicar os motivos para isso, seu porta-voz, Richard Boucher disse: "Expressamos as nossas preocupações sobre algumas coisas que vimos no ar, particularmente histórias exaltadas, totalmente falsas".

Pouco antes, o Departamento de Estado proibira a sua própria rádio, a Voz da América, de transmitir uma entrevista que fizera por telefone com o mulá Muhammad Omar, o líder do regime talibã. Curiosamente, agora, horas antes de propor a censura aos executivos da TV americana, a Casa Branca telefonou para o correspondente da al-Jazeera em Washington e ofereceu a ele uma entrevista com o presidente George W. Bush.

Num editorial publicado ontem, comentando a tentativa de censura à al-Jazeera, o "New York Times" sugeriu que se as posições dessa estação não fossem simpáticas ao Ocidente, o melhor que essa parte do mundo tinha a fazer era criar o seu próprio canal por satélite em árabe, para tentar influenciar aquela outra parcela.

(O Globo)

 

 
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