Mídia
contribui para distorcer violência na escola
Cristina
Mori
Equipe GD
A violência
escolar foi tema de reportagem no jornal O Estado de S.Paulo
no último dia 15. O texto trouxe poucas respostas para
a pergunta de seu título: "Por
que nos odeiam tanto?".
Com tom
alarmista, não houve interesse em se verificar todos
os lados da questão, segundo Milton Alves Santos, membro
do Fórum de Educação da Zona Leste e
do Núcleo de Juventude de Ermelino Matarazzo. Estas
entidades desenvolvem trabalhos com jovens de periferia, inclusive
em uma das regiões citadas na matéria.
"A
visão é de que a violência vem de fora,
nunca que ela é gerada dentro do próprio estabelecimento
escolar", afirma Santos. "A escola também
produz violência quando não se propõe
a ouvir os alunos e discutir por que se comportam desta maneira".
Para a
professora da Universidade de São Paulo, Marília
Pontes Sposito, há um sentimento de medo e de insegurança,
muitas vezes provocado pela cobertura da mídia. Busca-se
um culpado pela situação. "Pais consideram
as más companhias dos seus filhos e o ambiente escolar,
professores responsabilizam a família e a mídia.
Estabelece-se o círculo vicioso da mútua acusação",
diz.
Uma outra
reação, segundo Marília, é o apelo
para o fortalecimento das medidas repressivas. "Policiamento,
controle dos alunos com detectores de metais e exame antidoping
acabam por defender a transformação do ambiente
escolar em verdadeira prisão", afirma a professora.
Santos
aponta que existem experiências bem sucedidas para diminuir
a violência escolar. Uma das atividades do Núcleo
de Juventude, do qual faz parte, trabalha para a inserção
de culturas não escolarizadas, como o movimento hip
hop, no cotidiano educativo. "Não é só
abrir espaço para apresentações esporádicas
destes grupos. É ver como a escola pode valorizar maneiras
diferentes de educação e também despertar
o interesse destes alunos pela escola".
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