O
que ele fez para merecer o Nobel da Paz?
Cristina
Veiga
Equipe GD
Um dia
desses saiu uma notícia de que o presidente norte-americano
George W. Bush seria indicado para o prêmio Nobel da
Paz. Impossível. Foi a primeira reação
do leitor. Mas era verdade. O W. Bush, aquele que fez a última
"guerrinha" do planeta, o que mandou detonar o Afeganistão
com a desculpa de que procurava o culpado pelo atentado terrorista
contra os Estados Unidos, foi, de fato, indicado para o Nobel
da Paz. Gente, é o prêmio Nobel da Paz, não
o da Guerra. Nada de defender terroristas. Mas, pelo amor
de Deus, em que ele contribuiu pela paz mundial?
Como disse,
tempos atrás, diplomática e corretamente o secretário
do comitê de prêmios do Nobel da Paz, Geir Lundestad:
"É uma proposta estranha. Geralmente recebemos
propostas com longas listas de coisas realizadas pelos candidatos
para que sejam merecedores do prêmio". O que o
líder religioso e político tibetano Dalai Lama,
que ganhou o prêmio em 1989, acha de estar ao lado de
Bush? E os vencedores do prêmio de 1996, os líderes
da libertação do Timor Leste José Ramos
Horta e o bispo d. Carlos Felipe Ximenes Beloduas?
A madre
Tereza de Calcutá, nobel de 1979 pelo trabalho missionário
realizado na Índia, deve estar revirando na tumba só
de pensar em ver seu nome ao lado do de Bush. O que será
que o argentino Rodolfo Pérez Esquivel, merecedor do
prêmio em 1980 por sua campanha pelos direitos humanos
na Argentina, tem a dizer? Como é que se pode equiparar
o presidente dos Estados Unidos com o soviético Andrei
Sakharov, com o polonês Lesh Walesa ou com os sul-africanos
Nelson Mandela e Frederik Klerk? Não dá.
Leia mais:
- Bush e Blair são candidatos ao Nobel
da Paz
- Coréia do Norte chama Bush de "criança
politicamente retardada"
- A receita de Bush para os japoneses
- O ''Bushismo'', do pai ao filho
- Grupo
quer Nobel da Paz para Bush - se ele não iniciar guerra
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Bush
e Blair são candidatos ao Nobel da Paz
George
W. Bush, presidente dos EUA, e Tony Blair, primeiro-ministro
britânico, estão entre os 157 indicados para
o Nobel da Paz deste ano. Seus nomes entraram na lista de
possíveis laureados pela resposta ao terrorismo, depois
dos ataques aos EUA em 11 de setembro. Concorrem ainda 35
organizações, como o Exército da Salvação.
(Folha
de S. Paulo)
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Coréia
do Norte chama Bush de "criança politicamente
retardada"
A Coréia
do Norte rejeitou com irritação hoje a proposta
de negociações feita pelo presidente norte-americano,
George W. Bush, a quem chamou de "criança politicamente
retarda", interessado em conquistar o país com
seu poder econômico e militar.
Foi a
primeira reação do regime comunista do Norte
à visita de 40 horas que Bush fez nesta semana à
Coréia do Sul. "Os comentários de Bush
fazem lembrar um filhote que não tem medo de um tigre.
Não estamos dispostos a manter contato com esse clã.
É inútil o diálogo proposto pelos EUA
para encontrar um pretexto para a invasão", disse
um comunicado da chancelaria norte-coreana.
Para tranquilizar
seus anfitriões, Bush disse em Seul que não
pretende invadir a Coréia do Norte, país que
acusa de desenvolver armas químicas, nucleares e biológicas.
Mas ele se disse "perturbado por um regime que tolera
a fome". Bush afirmou que quer negociar, mas exigiu que
para isso o líder do Norte, Kim Jong-il, demonstre
disposição em mudar.
A Coréia
do Norte revirou seu arquivo de frases de efeito para a resposta:
"Claro que seus repentes não merecem nem uma menção",
disse o comunicado. "Entretanto, a RDPC (sigla oficial
da Coréia do Norte) não pode nunca perdoar alguém
que ousa criticar sua sede suprema ou caluniar seu sistema
político, mesmo sendo ele um homem privado da razão
elementar ou uma criança politicamente retardada."
A nota
mencionava ainda o fato de que Bush foi eleito com menos votos
que seu adversário Al Gore, por causa do sistema eleitoral
em vigor nos EUA, enquanto a Coréia do Norte escolheu
"o socialismo centrado no homem" com seu regime
político.
(FolhaOnline)
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A
receita de Bush para os japoneses
O presidente
dos Estados Unidos, George Bush, aprontou mais uma, em sua
despedida do Japão. Em seu peculiar estilo texano,
comparou o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi,
a um astro do beisebol de origem asiática, Ichiro Suzuki,
que disputa o campeonato americano pelo Seattle Mariners:
''O primeiro-ministro pode rebater qualquer coisa que você
atire nele'', tentou elogiar. Em seguida, cobrou agilidade
nas reformas econômicas, para tirar a segunda economia
do planeta de quase uma década de recessão.
Num discurso
contraditório, recheado de elogios e referências
ao papel do Japão na política e na economia
do continente, Bush defendeu que os japoneses sigam o exemplo
dos americanos, que superaram problemas de crédito
em outros tempos. ''Na medida em que fizemos reformas, os
investidores estrangeiros recuperaram a confiança em
nós, especialmente os investidores japoneses'', lembrou.
''Aprendemos que, em tempos de crise e estagnação,
é melhor ir em frente com determinação
nas reformas do que esperar que velhas práticas de
algum modo funcionem de novo'', prescreveu, causando constrangimento
entre seus anfitriões.
Bush falou
como se os Estados Unidos não estivessem patinando
para escapar da recessão, em meio a uma série
de escândalos financeiros sem precedentes, que começou
com a falência da Enron - gigante de energia que já
foi a sétima maior empresa americana - e ameaça
se espalhar por toda a economia. No ano passado, segundo dados
divulgados ontem pela Justiça dos Estados Unidos, quase
1,5 milhão de empresas e pessoas físicas foram
à bancarrota, um número 19% superior ao registrado
em 2000.
Aparentemente
alheio à crise de confiança em seu próprio
país, Bush encarnou com desenvoltura o papel do estadista
que foi prestar solidariedade a uma nação amiga
em dificuldades. Em Tóquio, encontrou-se com o imperador
Akihito e a imperatriz Michiko no Palácio Imperial
e dedicou-se a um roteiro de turista de luxo, ciceroneado
pelo primeiro-ministro e pelo embaixador americano, Howard
Baker.
Na segunda-feira
à noite, jantaram com suas esposas no faraônico
Gonpachi, apelidado de parque temático da cozinha japonesa
pelos gourmets locais. Comeram como reis: de lagosta e filé
ao molho de soja aos famosos morangos frescos de Shizuoka,
vindos do outro lado do Monte Fuji.
No cardápio,
também figuraram assuntos mais indigestos, como a persistente
deflação, os bilionários créditos
podres dos bancos locais e os planos reformistas de Koizumi.
Ontem, depois que Bush embarcou rumo à Coréia
do Sul, as más notícias continuaram a chegar,
no ritmo habitual. Desta vez, vieram da agência de classificação
de risco Moodys, que rebaixou as notas de três grandes
corretoras japonesas, Nomura Holdings, Daiwa e Nikko Cordial
- as duas últimas ganharam avaliação
Baa3, penúltima antes do nível conferido às
empresas em situação de insolvência.
O primeiro-ministro
está sentado sobre uma bomba-relógio: a debilidade
do sistema financeiro. Os bancos vêm absorvendo trilhões
em programas de socorro que parecem insuficientes para afastar
as preocupações dos analistas. Desde 1998, o
governo garante os depósitos bancários, mas
em abril será instituído um limite, equivalente
a US$ 72 mil - a partir daí, em caso de quebra, o prejuízo
é dos depositantes.
A falta
de solidez dos bancos assusta. Ao longo das últimas
duas décadas, todos emprestaram dinheiro demais, de
forma temerária, e agora o fantasma dos créditos
de difícil recebimento ronda os balanços. Só
este ano, a agência criada pelo governo para absorver
os créditos duvidosos recebeu pedidos de compra equivalentes
a US$ 5,3 bilhões.
Para piorar,
a demanda não pára de cair, apesar dos pacotes
de estímulo ao consumo. A produção industrial
desabou 7,9% no ano passado, o pior resultado desde 1975,
e as falências em janeiro subiram 19,3% em relação
ao mesmo mês de 2001. O desemprego atingiu 5,6%, maior
índice do Pós-Guerra, e muitas empresas começam
a negociar redução de salário de seus
funcionários, para não demitir em massa.
O maior
temor do governo americano é que um colapso do sistema
financeiro japonês provoque um efeito-dominó
nos países do continente. Daí a idéia
de uma visita diplomática do presidente George Bush,
que, notório por sua inabilidade em política
externa, acabou pondo mais lenha na fogueira.
(Jornal
do Brasil)
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O ''Bushismo'', do
pai ao filho
Confundir
deflação com desvalorização, como
fez na segunda-feira, agitando os mercados de câmbio,
foi apenas mais uma gafe na longa série protagonizada
pelo presidente americano George Bush. Assim como ''papai''
Bush (o ex-presidente), Bush filho é conhecido pela
língua enrolada e sintaxe atravessada.
A coleção
de gafes é tamanha que rendeu um neologismo - bushism
(bushismo) - e um livro, publicado no ano passado: The Bush
Dyslexicon (algo como Dicionário Bush de Dislexia),
de Mark Crispin Miller. Ambos fazem graça das dificuldades
de pai e filho, tanto com a língua-pátria, o
inglês, quanto com o raciocínio lógico.
Basta ver a definição de bushismo: 1) aquilo
que é dito pelo presidente George Bush; 2) qualquer
estupidez dita por qualquer um.
Não
foi, entretanto, a primeira vez que uma declaração
de um presidente americano abalou os mercados de câmbio.
Em junho de 1987, durante cúpula do Grupo dos Sete
(G-7, que reúne as nações mais ricas
do mundo), o então presidente Ronald Reagan criou um
frenesi ao dizer que o dólar deveria permanecer estável
mas que ''seria razoável alguma desvalorização
em relação a outras divisas''. Assim como Bush,
meteu os pés pelas mãos e queria dizer, de fato,
que defendia a estabilidade do dólar.
(Jornal do Brasil)
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