Será
que o melhor lugar do Brasil é o aeroporto?
Cristina Veiga
Equipe GD
É
o fim do mundo mesmo! Imagina que agora inventaram o pré-sequestro.
É assim: o sequestrador liga para a futura vítima
e avisa que, se ela não depositar "x" em
sua conta corrente, ele vai sequestrá-la. Apavoradas,
as eventuais vítimas rapidamente cumprem a exigência.
Ninguém vai deixar de pagar para ver se realmente será
ou não sequestrado. Não bastasse o brasileiro
estar apavorado com a violência das ruas, agora têm
que conviver com ameaças dentro da própria casa.
O crime não tem mais qualquer preconceito.
Será
possível que nem em casa as pessoas têm paz?
Tocou o telefone, olha o pânico. A polícia até
prendeu o infeliz que estava ameaçando pessoas no interior
de São Paulo. Mas àquela altura não se
sabe quanto ele tinha "faturado", aproveitando-se
do medo alheio. Um agricultor, que mora no interior paulista,
só procurou a polícia depois que o mesmo bandido
o ameaçou pela segunda vez.
Da primeira vez, levou R$ 3 mil por conta da ameaça.
Como recebeu o dinheiro, ligou de novo. Aumentou o valor da
"fiança" para R$ 10 mil.
Onde é
que o brasileiro terá um pouco de sossego? A banalização
do crime é tão grande que os bandidos perderam
o alvo. A vítima pode ser qualquer um. De um ilustre
desconhecido a uma pessoa pública. Do adolescente que
está no ponto de ônibus ao prefeito de Santo
André, Celso Daniel, sequestrado e brutalmente torturado
antes de ser assassinado. O que fazer quando a violência
se espalha como na Colômbia? O que fazer quando para
ficar vivo é preciso pagar? Será que chegaremos
ao ponto de achar que o melhor lugar do Brasil é o
aeroporto?
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Agricultor
paga para não ser seqüestrado
Rapaz cobrava para não sequestrar
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Rapaz
cobrava para não sequestrar
Paulo
Marciano de Camargo, 25, é acusado de atuar em Capela
do Alto, na região de Sorocaba, extorquindo dinheiro
de suas vítimas com a ameaça de sequestrá-las.
Ele foi
preso em flagrante na noite de anteontem, por estelionato,
e levado ao 16º DP (Vila Clementino, na zona sul).
Segundo
a polícia, desde o último dia 16, Camargo vinha
fazendo telefonemas ameaçadores para o comerciante
Antonio Carlos Machado, 47.
Com o
acusado, havia um caderno com nomes e telefones. "Vamos
averiguar se esses nomes correspondem ao de pessoas em que
ele aplicava o mesmo golpe", disse o delegado Agnaldo
Nogueira Ramos.
Camargo
ameaçou o comerciante, que, apavorado, depositou R$
3 mil em uma conta em Guarulhos, em 16 de janeiro. No dia
seguinte, quando exigiu R$ 10 mil, ele foi preso.
(Folha
de S. Paulo)
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