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Polícia "nela"

Cristina Veiga
Equipe GD

Quem deveria ter a polícia no pé é a candidata ao governo fluminense pela Frente Todos pelo Rio (PFL-PSDB-PMDB), Solange Amaral. Essa mulher não tem a menor idéia de como, de fato, combater a violência. Ela acha que se a polícia subir o morro no Rio vai acabar com a violência na cidade. Dizer que ação social é demagogia eleitoral - como ela fez - é querer iludir o amedrontado eleitor. Será que essa senhora nunca ouviu falar em cidadania?

Exemplos de que é sim com cidadania que se recupera a auto-estima de uma pessoa não faltam. Para não ir muito longe, basta que a nobre candidata "perca" um pouco de seu precioso tempo lendo algumas dessas histórias no site do Aprendiz. Ou então que pergunte a Esmeralda Ortiz como foi que ela deixou as ruas, as drogas, o tráfico para virar uma cidadã, para ter peito de contar a sua própria história no livro "Por que não dancei".

É incrível como alguém que pretenda ocupar um cargo público, em pleno século 21, não tenha um pingo de vergonha de dizer que "bandido se trata com dureza, polícia neles". Não minha senhora, não é assim. Uma mudança simples na própria polícia já faz diferença. O governo paulista fez isto e conseguiu reduzir em 57,2% a violência nas escolas. O duro é querer conquistar na marra a parte carioca dos 51% do eleitorado brasileiro que defende a pena de morte, dos 72% que querem a prisão perpétua e dos 84% que preferem o Exército para combater a violência.

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'Polícia neles', diz Solange

A candidata ao governo fluminense pela Frente Todos Pelo Rio (PFL-PSDB-PMDB), Solange Amaral, apresentou ontem seu programa de segurança pública, elaborado com a ajuda de delegados, detetives, policiais e generais da reserva, dizendo que a ocupação social dos morros e favelas da cidade é uma ação demagógica e populista. Para Solange, os programas de integração social nas comunidades são importantes, mas não resolvem o problema da segurança pública.

- Querer que ação social, que tem caráter de prevenção, combata ou enfrente o crime é despreparo ou demagogia e faz parte do discurso populista dos outros candidatos. Seremos implacáveis com o crime. Bandido se trata com dureza, polícia neles.

O programa de Solange prevê ocupação policial ostensiva, durante 20 anos, das áreas do Complexo da Maré, do Centro e de morros do maciço da Tijuca (Tijuca, Andaraí e Grajaú). No Complexo do Alemão, onde foi assassinado o jornalista Tim Lopes, Solange não vê necessidade de ocupação imediata.

- Não vamos incluí-lo só porque teve uma pessoa famosa que foi vitimada lá. As razões da ocupação da Maré e da área da Tijuca são técnicas: todas já têm garantido a acessibilidade e receberam o Favela-Bairro.

Solange pretende criar também distritos de segurança, que funcionariam como minissecretarias de segurança pública e visariam à integração das polícias civil, militar e as instâncias do Poder Judiciário. O primeiro bairro a receber tal distrito será, segundo ela, a Ilha do Governador.

Por coincidência, a apresentação do programa de Solange aconteceu no hotel onde mora o secretário de Segurança do governo estadual, Roberto Aguiar.

- Eu não sabia que ele morava aqui. Foi uma feliz coincidência, uma conspiração dos astros - provocou Solange.

O secretário não quis comentar o assunto, mas criticou o programa da candidata.

- Ocupação social não é demagogia. Passaram-se tantos governos e ninguém teve coragem de ficar permanentemente no Alemão - disse.

Após divulgar seu programa, a candidata panfletou em frente ao 19 BPM (Copacabana). A candidata causou constrangimento aos policiais, que não queriam ser fotografados recebendo seus panfletos. O comandante do batalhão, coronel Cony, disse mais tarde que ela só poderia panfletar a 200 metros de distância do prédio.

(O Globo - 30/70/02)

 

 
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