HOME | COLUNAS | SÓ SÃO PAULO | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS

Envie sua opinião


GD- Jornalismo Comunitário

mais são paulo

Guia de banheiros ajuda paulistano a driblar aperto


Jornalismo Comunitário - Site GD

carta cbn

"Quero levantar a minha indignação quando você fala que tem empregos bons no Brasil. É mentira!"
Ivair Cypriano

"A educação avança a que custo."
Von Norden



 

 

capital humano
01/11/2006
Maioria dos alunos vive em meio a conflito nas escolas

 

Karina Costa
especial para o GD


Insultos, exposição ao ridículo e agressões mais veladas como rejeição, difamação e isolamento fazem parte do cotidiano dos alunos do ensino fundamental e médio, de escolas públicas e particulares do estado de São Paulo. Pelo menos uma vez por ano, 60% sofrem insultos e 45% são vítimas de difamação pelos próprios colegas. E os próprios alunos acreditam que o conflito entre eles na escola não é tranqüilo - 23,4% concordam, de acordo com a pesquisa "Convivência, conflitos e educação nas escolas de São Paulo".

Segundo os dados apresentados no 1 Encontro Internacional Pátio-ISME de Educação para a Cidadania, 33,1% dos alunos se queixam de terem sido xingados; 20,1% já apanharam; 17,8% foram rejeitados/ignorados pelos alunos e 10,6% foram chantageados. A pesquisa mostra que a freqüência nas agressões tende a ser maior entre alunos de escola pública, apesar de a proporção referente aos alunos de escola particular ser alta. A freqüência nas agressões sofridas atinge mais os meninos do que as meninas, em todos os casos pesquisados. Os meninos estão presentes mais em conflitos e as meninas sofrem mais com rejeição dos colegas.

Os alunos da 6º série são os que mais sofrem com problemas de conflito. De acordo com a pesquisa, pelo menos 20% desses alunos são xingados toda semana ou por mais vezes; 19,4% empurrados; 17,1% ridicularizados com apelidos; 10,2% difamados no mesmo período de tempo. Esse número cai conforme o decorrer da escolaridade, segundo a responsável pela pesquisa, Maria Isabel da Silva Leme.

"Muitas vezes, professores e gestores acreditam que essas coisas acontecem porque os pais são permissivos com os filhos. De fato, há pais permissivos porém sabe-se que os adolescentes seguem e formam seus próprios grupos, cometem tais delitos para intimidar ou ganhar o respeito dos mesmos, coisa que provavelmente os pais não aceitam. É preciso fazer na escola um trabalho para gerir esses conflitos ao invés de ficar só culpando os pais", recomenda.

E quem comete o delito também assume o que faz, segundo aponta o relatório. Insultos (exposição ao ridículo, empurrão e o ato de ignorar) são assumidos por 44% dos alunos; 45% dizem que já ridicularizaram e 39% já empurraram algum colega. Agressões como bater, são assumidas por 20% dos alunos; 14% dizem ter chantageado e difamado; 10% dizem ter roubado e 7% dizem ter assediado sexualmente (verbal ou fisicamente) colegas. Os alunos de escola pública assumem mais delitos como roubo/difamação de pertences e empurrões, enquanto os alunos de escola privada assumem mais os insultos e a exposição ao ridículo.

E, como os diretores de escolas públicas e particulares vêem e administram esses conflitos? Segundo os dados, 30% dos diretores de escolas privadas e 20% dos diretores de escolas públicas acreditam acham pouco importante os conflitos entre alunos. Para 11% dos gestores de escolas particulares, a agressão dos alunos aos professores é pouco importante no convívio; 7% dos diretores de escolas públicas pensam da mesma maneira.

Os diretores, tanto de escolas públicas quanto privadas, são quase unânimes em relação à autonomia dos professores para conversarem com os alunos no caso de um estudante ter sido ignorado ou ridicularizado. Quando se trata de roubos de pertences de colegas, quando o aluno sofre ameaças ou é freqüentemente ridicularizado preferem que o problema seja reportado à direção da escola para que sejam tomas as devidas providências.

No entendimento dos gestores (83,3%), a escola promove atividades de acolhida aos alunos; 70,4% dizem que a escola tem algum programa de mediação de conflitos. "Mesmo quando o índice de conflito é baixo, as escolas têm que trabalhar essa questão no ambiente escolar. Muitos gestores acham que o conflito é uma coisa natural da idade. E, quando não há conflitos nas escolas, acham que está tudo tranqüilo. Porém, paz não significa ausência de conflito e sim conflito bem negociado ou não percebido pelos gestores," alerta Leme, mestre e doutora em psicologia escolar do desenvolvimento humano pela Universidade de São Paulo (USP).

Para que o problema seja solucionado, a especialista acredita ser de grande importância a participação de diretores, professores e do poder público nas ações. "Os professores têm que trabalhar mais essas questões na escola, não só via palestras mas com outras atividades que, de fato, tragam solução. Poderia ser cobra dos diretores menos responsabilidade administrativa para que tenha tempo de desenvolver e cuidar de seu projeto pedagógico. Já o poder público, poderia participar coordenando um programa integral de monitoramento, acompanhando mais de perto questões que vão desde depredamento da escola por parte dos alunos até questões mais graves," aponta.

Para chegar ao resultado, foram consultados quatro mil alunos e 55 diretores das escolas públicas e privadas: 86% das pessoas que participaram da pesquisa são de escola pública e 14%, de escola privada. Os dados foram apresentados durante o "1º Encontro Internacional Pátio ISME de Educação para Cidadania", realizado na cidade de São Paulo.


Boa convivência entre alunos é fundamental para cidadania

   

nOTÍCIAS ANteriores:
31/10/2006
Mais de 60% dos professores têm problema de voz
27/10/2006
Brasil fica em 72º em ranking de educação
26/10/2006
Estudantes inventam janela automatizada e máquina de fazer caipirinhas
25/10/2006
Pipoqueiro cria site próprio e lança disk pipoca
25/10/2006 Professores escolhem novos colegas de trabalho
25/10/2006
Estilo de vida vira curso de pós-graduação
25/10/2006
Universidade do Espírito une espiritismo à ciência contemporânea
25/10/2006
Brasil tem primeiro curso superior para cabeleireiros
25/10/2006
SP terá primeiro posto de turismo para gays
25/10/2006
Estudantes inventam janela automatizada e máquina de fazer caipirinhas