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capital humano
10/05/2006
20% das grávidas sofrem violência doméstica

 

60% das mulheres já sofreram algum tipo de violência (física, sexual ou psicológica) provocada pelos parceiros. Dentre elas, 20% afirmaram terem sido agredidas durante a gestação. Os dados são o resultado da pesquisa de mestrado da psicóloga Julia Durand, que entrevistou, em 2002, 1922 mulheres que engravidaram pelo menos uma vez.

Segundo a pesquisa, a gravidade dos dados é resultante da maneira como a relação é estabelecida, o que geralmente se faz diante da história de vida dos parceiros. "Normalmente, ambos já sofreram com a violência dentro da família. Isso cria entre as mulheres um sentimento de baixa auto-estima, sendo o relacionamento um possível ponto de fuga. Enquanto isso, no homem, as idéias de virilidade e violência são identificadas como recursos de controle e dominação", diz a pesquisadora.

Dentro dessa dinâmica, a gestação é um momento no qual se intensificam os sentimentos. Muitas vezes, a gravidez é algo não planejado e que provoca mudanças em relação à identidade, com os homens não se sentindo aptos para ser pai, por exemplo. "O mais grave é que as mulheres que sofrem violência nesse período acabam sendo vítimas dos três tipos juntos", revela Durand. Foram identificados casos de agressões como socos, queimaduras e ameaça de morte.

Tudo isso pode provocar impactos fortes, tanto para a saúde da mulher quanto para a da criança. "Identificamos o uso abusivo de álcool e drogas entre as mulheres agredidas, além de distúrbios como a depressão e a busca tardia pelos exames pré-natal. Tais fatores provocaram falhas no desenvolvimento da criança. Muitas delas nasceram com menos de 2,5 kg, o que representa uma situação de risco, e que podem ter gerado um elevado nível de abortos", explica ela que apresentou sua dissertação na Universidade de São Paulo (USP).

Segundo a pesquisa, 429 mulheres tiveram pelo menos um aborto, 119 dois abortos e quase 100 mais de três. Para a pesquisadora esses números são graves, mas complicados de interpretar. "A condição social dessas mulheres acaba produzindo uma tendência para um número maior de gestações, o que provoca uma possibilidade maior de aborto. Dessa forma, fica difícil determinar que a violência foi o fator determinante para a perda da criança, mas foi um dos complicadores".

Ao serem questionadas sobre os atos dos parceiros, a maioria das mulheres não os identificava como violência. Segundo Durand, elas não se sentem confortáveis para falar disso e imaginam que os homens, em algum momento, vão parar de violentá-las. "As perguntas eram feitas por meio de descrições. Por exemplo: seu marido já lhe deu um soco? Nesses casos as respostas eram afirmativas. Mas caso a pergunta fosse: você sofre violência? A maioria respondia que não", revela.

A constatação indica o motivo pelo qual poucas queixas são registradas nas Delegacias de Proteção às Mulheres. "Elas não querem punir seus parceiros, mas sim resolver o problema. Por isso, muitas das queixas que são feitas, acabam sendo retiradas, pois existe o medo de que o marido seja preso", diz Durand. Segundo dados das delegacias da mulher, em 2004, foram registradas 289.127 ocorrências em todo o estado de São Paulo, número menor que o indicado no ano anterior, 290.961.

Para tentar solucionar o problema, a maioria das unidades de saúde da cidade de São Paulo tem profissionais preparados para identificar casos de violência doméstica no momento em que a mulher dá entrada com ferimentos suspeitos. "Enfermeiras e médicos possibilitam, de forma adequada, a abertura para cada mulher revelar o seu problema, espaço que elas não encontram com familiares ou amigos. A partir daí, o importante é fazer a mulher perceber que vive em uma situação de violência, para que, em cada caso, uma solução seja encontrada", diz.

Alan Meguerditchian
do site Aprendiz

   

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